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O Vaticano como possível mediador nas conversações de paz entre Rússia e Ucrânia

há 5 horas

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, sugere que o Vaticano poderá servir como um espaço de diálogo entre a Rússia e a Ucrânia, com o Papa prometendo empenho na busca pela paz.

O Vaticano como possível mediador nas conversações de paz entre Rússia e Ucrânia

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmou que o Vaticano pode emergir como um local propício para conversações de paz entre a Rússia e a Ucrânia. A declaração foi feita durante uma reunião com o cardeal Matteo Zuppi, presidente da Conferência Episcopal Italiana, em Roma.

Rubio indicou que o encontro se centraria nas formas em que o Vaticano pode participar nas negociações, elucidando sobre o estado atual das discussões e o curso a seguir.

Questionado sobre o papel do Vaticano como mediador, Rubio destacou que, embora não se possa chamar o estado a atuar como mediador, é sem dúvida um ambiente onde ambas as partes podem sentir-se à vontade.

"Estamos gratos ao Vaticano pela disposição em assumir um papel construtivo neste processo", acrescentou Rubio durante a sua visita à Embaixada dos EUA em Roma.

Com uma longa tradição de neutralidade, o Vaticano já ofereceu anteriormente os seus serviços para facilitar o diálogo, mas a sua influência foi reduzida desde o início da guerra, que se acentuou a partir de 24 de fevereiro de 2022.

Papa Francisco, que frequentemente expressou incômodos para ambos os lados em relação aos seus comentários, confiou a Zuppi a tarefa de explorar possibilidades de paz. Porém, esse mandato parece limitar-se a apoiar o regresso de crianças ucranianas levadas pela Rússia, embora a Santa Sé tenha conseguido mediar algumas trocas de prisioneiros.

O novo Papa, Leão XIV, eleito a 8 de maio, reiterou o apelo de Francisco por paz na Ucrânia durante a sua primeira bênção dominical, exhortando todas as partes a esforçarem-se por uma "paz autêntica, justa e duradoura".

Além disso, o Papa Francisco, que tinha anteriormente rotulado a invasão da Ucrânia como "imperialista", comprometeu-se esta semana a utilizar todos os seus esforços para alcançar a paz. Num discurso dirigido aos católicos de rito oriental, ele pediu que as partes em conflito se reunissem e conversassem.

O cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado da Santa Sé, reiterou a abertura do Vaticano para ser um espaço de diálogo, considerando trágico o colapso das negociações em Istambul que buscavam um cessar-fogo. "Esperávamos que isso iniciaria um processo para uma solução pacífica, mas, infelizmente, voltámos ao início", lamentou Parolin.

Ele também destacou que uma oferta concreta do Vaticano incluiria servir como um local para discussões diretas entre as partes, enfatizando a disposição da Santa Sé em facilitar essas interações.

O Vaticano já teve sucesso em facilitar diálogos significativos, como as negociações entre os EUA e Cuba em 2014, e continua a ser um ator importante em esforços diplomáticos globais. Recordando momentos históricos, como o apelo de paz de Papa João XXIII durante a crise dos mísseis em Cuba, a Santa Sé mantém-se firme na busca pela paz mundial.

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#PazNoMundo #DiplomaciaVaticana #UcrâniaERússia