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Exército do Mali sob investigação após alegações de massacre de civis

há 4 horas

O exército maliano é acusado de assassinar e enterrar 20 civis em valas comuns, enquanto investigações são prometidas num contexto de crescente violência no país.

Exército do Mali sob investigação após alegações de massacre de civis

No Mali, pelo menos 20 civis terão sido mortos e enterrados em valas comuns após serem detidos por forças militares, de acordo com fontes locais e a Federação Internacional dos Direitos Humanos (FIDH). Este trágico evento ocorreu em Diafarabé, onde as Forças Armadas do Mali detiveram 22 indivíduos durante o mercado semanal e os transportaram para perto do cemitério da aldeia de Mamba, onde foram assassinados.

Um representante local relatou à agência France-Presse (AFP) que os militares "cavaram uma vala comum e degolaram-nos a todos". Apenas uma pessoa conseguiu escapar e informá-los sobre o massacre. A FIDH condenou estas alegações, descrevendo as mortes como "execuções sumárias".

Segundo a FIDH, dos cerca de trinta homens inicialmente detidos, alguns foram libertados, mas outros 25 foram levados em pirogas, e os seus corpos decapitados foram posteriormente encontrados. Os detidos pertencem à comunidade peul, frequentemente alvo de perseguições e estigmatizações associadas a grupos jihadistas que operam na região.

O exército do Mali declarou estar a levar as acusações "muito a sério" e anunciou o início de uma investigação para confirmar ou desmentir as alegações, conforme um comunicado das Forças Armadas.

Nos últimos dias, houve manifestações em Diafarabé, com cerca de cem pessoas a exigirem esclarecimentos sobre os desaparecimentos dos homens detidos. As forças armadas, juntamente com o grupo paramilitar russo Wagner, têm sido acusadas de violências repetidas contra civis, particularmente em operações contra jihadistas.

Recentemente, corpos foram encontrados perto de um campo militar no oeste do país, seguindo detenção de civis, maioria da comunidade peul, num contexto de crescente tensão e violência. O Mali, desde 2012, enfrenta uma crise de segurança com a presença de grupos jihadistas afilados à Al-Qaeda e ao Estado Islâmico.

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