Um relatório revela que o futebol continua a ser o conteúdo preferido dos jovens em 2023, superando outros formatos, destacando-se em audiências na televisão.
De acordo com o relatório "Crianças e Jovens nos Media em 2023 e 2024", apresentado pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), o futebol mantém a sua liderança no consumo de conteúdos pelos jovens. Este estudo, que analisou dados de audiências da Comissão de Análise de Estudos de Meios (CAEM) com a colaboração da Marktest, destaca o futebol nos rankings dos programas mais assistidos por jovens entre os 4 e os 24 anos.
Entre os espectadores mais jovens, a transmissão de um jogo de qualificação para o EURO 2024 na RTP1, realizada a 9 de agosto, foi a mais vista, alcançando uma quota de 41%. Para os jovens entre 15 e 24 anos, a final da supertaça Cândido de Oliveira, igualmente transmitida a 9 de agosto pela RTP1, obteve uma quota impressionante de 56%.
A análise da programação nas principais emissoras, nomeadamente RTP1, RTP2, SIC, TVI e CMTV, evidenciou que a RTP1 se destacou ao apresentar conteúdos classificados em cinco géneros distintos, com os programas educativos a serem os mais frequentes. Por outro lado, a RTP2 cumpriu a sua obrigação de transmitir programas destinados ao público infantojuvenil diariamente. Contudo, a SIC não conseguiu cumprir plenamente a sua responsabilidade, sendo que em 88% dos dias não apresentou programas especificamente direcionados aos jovens.
A TVI, por sua vez, também enfrentou desafios ao não garantir a exibição diária de programas infantis ou juvenis nos horários esperados, realizando essas transmissões maioritariamente durante a madrugada. A CMTV, embora seja um canal generalista, não esteve à altura, pois não disponibilizou programas voltados para o público infantojuvenil durante o ano de 2023.
No que diz respeito à imprensa, surgiram preocupações sobre a moderação dos conteúdos, a objetividade da informação e o sensacionalismo, levantando questões relativas ao respeito pela privacidade dos protagonistas nas notícias e à responsabilidade editorial em relação ao interesse superior das crianças.
Em 2024, a ERC notou um aumento nas preocupações sobre conteúdos criminais apresentados em programas de entretenimento, o uso de imagens violentas nas notícias, e a necessidade de alertas prévios ao público, dada a sua natureza delicada.