Novo Partido de Venâncio Mondlane Recebe Luz Verde do Governo Moçambicano

O Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos de Moçambique deu hoje o seu consentimento ao registo do partido Anamola, fundado pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane. O advogado Mutola Escova, que representa Mondlane, confirmou a autorização, destacando que agora é possível proceder ao registo oficial do partido na conservatória.

Dinis Tivane, assessor político de Mondlane e secretário-geral interino do Anamola, também confirmou a notícia, celebrando este marco como um passo importante para a "revolução moçambicana". Em uma publicação na rede social Facebook, Tivane anunciou que Mondlane se pronunciará sobre este desenvolvimento em breve.

Este registo surge num contexto de elevada tensão social no Moçambique, desde as eleições gerais de 09 de outubro, que foram contestadas por Mondlane, que não reconhece os resultados que proclamaram Daniel Chapo, apoiado pela Frelimo, como vencedor. Manifestações e greves organizadas por Mondlane resultaram em instabilidade e, segundo ONGs, cerca de 400 pessoas perderam a vida em confrontos com a polícia, situação que abrandou após encontros entre os dois líderes.

Em 07 de agosto, Mondlane anunciou a mudança do nome do seu partido, alterando-o de Anamalala para Anamola, em resposta a uma recomendação do governo que considerou a expressão anterior como tendo conotações negativas. A palavra "Anamalala" significa "vai acabar" ou "acabou", utilizada como lema durante a campanha e popularizada nas manifestações subsequentes.

O Ministério da Justiça tinha dado um prazo de 30 dias para a alteração do nome, destacando o significado linguístico contido na designação original, proposta na língua macua, predominante em Nampula, no norte do país.