Presidente moçambicano declara estabilização do país após tumultos sociais
Daniel Chapo, líder da Frelimo, afirma ter alcançado a estabilização de Moçambique em seis meses, após protestos. Apesar dos avanços, alerta que muitos desafios permanecem.

O presidente da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e chefe de Estado, Daniel Chapo, anunciou que o país foi estabilizado ao fim de seis meses após a onda de protestos que se sucedeu às eleições. Em declarações proferidas na quinta-feira em Maputo, Chapo sublinhou os progressos feitos, embora tenha reconhecido a necessidade de continuar o processo de reconstrução.
"Através da visão e dedicação do nosso partido, juntamente com o envolvimento dos nossos membros e do Governo, conseguimos restaurar a paz e a estabilidade social, económica e política. Contudo, ainda há muito por fazer", afirmou o líder da Frelimo.
Chapo, que se assumiu na presidência do partido em fevereiro, pediu um esforço colectivo para o desenvolvimento do país, reforçando que a estabilização é um processo contínuo que requer a participação de todos os moçambicanos, independentemente das suas origens.
Ele também abordou a questão da segurança em Cabo Delgado, uma província em crise desde 2017 devido a ataques terroristas. "O desenvolvimento de um país sem paz é inviável", destacou, prometendo ações concretas para conter a violência na região.
O presidente apelou ainda à administração pública para actuar contra a corrupção, nepotismo e outras práticas que prejudicam o funcionamento das instituições, considerando que estas ações são fundamentais para a autonomia económica da nação.
Ao reflectir sobre os seus primeiros meses à frente da Frelimo, Chapo anunciou iniciativas como a criação do Fundo de Desenvolvimento Local, que visa apoiar a juventude, e um ambicioso projeto habitacional para seis mil casas. Também abordou a decisão de suspender licenças para a produção de bebidas alcoólicas, num esforço para proteger a juventude.
Na cerimónia, Chapo revelou que a 12.ª conferência nacional de quadros da Frelimo está agendada para agosto de 2026 em Chimoio, preparando assim o 13.º congresso do partido em 2027. "Este evento será uma plataforma para reflexões e debates significativos a nível nacional", concluiu.
Moçambique, desde as eleições, experienciou um intenso clima de agitação, com manifestações organizadas pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que contestou os resultados. Os protestos culminaram em confrontos violentos, resultando em um número significativo de vítimas e danos. A calma foi eventualmente restaurada após negociações entre Mondlane e Chapo.