Friedrich Merz, o novo chanceler da Alemanha, exorta a administração Trump a abster-se de interferir na política interna do país, em meio a elogios à extrema-direita.
O chanceler recém-empossado da Alemanha, Friedrich Merz, fez um apelo à administração de Donald Trump para que "mantenha distância" dos assuntos políticos alemães. Esta declaração surge após o manifesto apoio de vários líderes norte-americanos ao partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD).
Merz, numa entrevista à ZDF, revelou ter realizado uma conversa telefónica com o presidente dos EUA e expressou a sua esperança de que o governo americano respeite a política interna da Alemanha como uma questão interna, afastando-se de considerações partidárias.
O Departamento de Estado dos EUA congratulou Merz pela sua ascensão ao cargo, reiterando o compromisso de colaboração com o novo governo alemão para assegurar a segurança na Europa e nos Estados Unidos.
Entretanto, a liderança norte-americana, incluindo o vice-presidente J.D. Vance e o secretário de Estado Marco Rubio, criticou a rotulação do partido AfD como extremista. Merz reagiu a estes comentários, caracterizando-os como “absurdos” e enfatizando que os EUA devem diferenciar partidos extremistas de partidos centristas.
Merz anunciou planos para viajar a Paris e Varsóvia na próxima quarta-feira, com o intuito de revitalizar as iniciativas internacionais do governo alemão. Ele também está a trabalhar para acelerar o rearmamento da Alemanha, em resposta à crescente ameaça russa e à incerteza sobre a proteção militar dos EUA.
O chanceler expressou preocupações sobre a crise em Gaza, apelando a Israel para que honre as suas obrigações humanitárias, afirmando: “Israel tem o direito de se defender, mas deve também respeitar as obrigações humanitárias.” O novo ministro dos Negócios Estrangeiros, Johann Wadephul, irá a Israel a seu pedido para discutir a situação.
A Faixa de Gaza enfrenta uma grave crise humanitária, com a maioria da população deslocada devido ao recente aumento das hostilidades. O governo israelita revelou intenções de lançar uma nova campanha militar para recuperar a zona e efetuar uma realocação em massa da população local.
Após a sua vitória nas eleições legislativas no final de fevereiro, Merz estabeleceu um vínculo com o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, indicando que poderia visitar a Alemanha, apesar de um mandado de detenção do Tribunal Penal Internacional contra ele.