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Nova tecnologia promete revolucionar a recuperação cardíaca após enfarte

há 3 horas

Pesquisadores de duas universidades portuguesas criaram um inovador "penso cardíaco inteligente" que utiliza as pulsações do coração para acelerar a recuperação após enfarte.

Nova tecnologia promete revolucionar a recuperação cardíaca após enfarte

Investigadores das universidades do Porto e de Coimbra anunciaram o desenvolvimento de um "penso cardíaco inteligente", um dispositivo elaborado a partir de um biomaterial inovador que utiliza as pulsações do coração para potenciar a função elétrica e auxiliar na recuperação após um enfarte do miocárdio.

A pesquisa, publicada na revista científica Materials Today Bio, foi liderada por equipas do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S) e do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC-UC).

Este novo penso, feito de um biomaterial piezoelétrico, aproveita as batidas do coração para gerar impulsos elétricos que favorecem a recuperação cardíaca, conforme destaca um comunicado do i3S.

O investigador Lino Ferreira, que coordena a pesquisa no CNC, afirma que após testes 'in vitro' promissores, decidimos explorar a "eficácia e segurança" do dispositivo em modelos animais, especificamente no contexto de enfartes do miocárdio.

A investigadora Diana Nascimento, do i3S, sublinha que este penso é singular, uma vez que, ao ser aplicado na superfície do coração, utiliza os batimentos cardíacos para criar novos impulsos elétricos. "Estamos a investigar o seu potencial para otimizar a resposta do coração em casos de enfartes, uma das principais causas de mortalidade global", acrescenta.

De acordo com Luís Monteiro, primeiro autor do estudo, os ensaios realizados com roedores demonstraram que os biomateriais piezoelétricos não apenas melhoram a condução elétrica do coração, mas também favorecem a sua recuperação após um enfarte. Em estudos realizados com corações de porco, a utilização do dispositivo não interferiu nas funções normais do coração, garantindo assim a sua segurança.

Esta abordagem terapêutica inovadora poderá ajudar a reduzir a incidência de arritmias, uma complicação grave e potencialmente letal associada aos enfartes do miocárdio, conforme destaca Lino Ferreira.

Os investigadores estão atualmente a explorar novas aplicações deste biomaterial no âmbito do projeto europeu REBORN, que visa combinar os benefícios do biomaterial com a liberação controlada de medicamentos para facilitar a regeneração do tecido cardíaco.

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