Nova proposta de cessar-fogo é apresentada ao Hamas no Cairo
Em Cairo, uma delegação do Hamas recebeu uma proposta para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, que se baseia em uma anterior iniciativa norte-americana.

Uma delegação do Hamas, liderada por Khalil al-Hayya, está em Cairo para discutir uma nova proposta de cessar-fogo para a Faixa de Gaza, de acordo com uma fonte palestiniana que falou à agência de notícias France-Presse (AFP).
A proposta atual retoma as linhas de uma iniciativa anterior dos Estados Unidos, que sugere uma trégua de 60 dias e a libertação, em duas etapas, de reféns israelitas retidos em Gaza.
A fonte acrescentou que este documento “funciona como um acordo-quadro” para iniciar negociações sobre um cessar-fogo permanente. O Hamas afirmou que realizará consultas internas entre a sua liderança e outros grupos aliados sobre o conteúdo da proposta.
Na semana passada, o Hamas já havia anunciado a presença de uma delegação no Cairo para debater um cessar-fogo, tendo em conta a prolongada situação de conflito que já dura há mais de 22 meses, resultando numa crise humanitária grave.
O Egito, juntamente com o Qatar e os Estados Unidos, está envolvido na mediação entre Israel e o Hamas, embora não tenham ocorrido avanços significativos desde uma breve trégua no início do ano.
O ministro dos Negócios Estrangeiros egípcio, Badr Abdelatty, confirmou a presença das delegações palestiniana e do Qatar no Cairo, referindo que o primeiro-ministro do Qatar, Mohammed ben Abdelrahmane Al-Thani, também se encontra no país para pressionar ambas as partes a chegarem a um entendimento.
Ele frisou que as negociações visam “acabar com a violência e a fome sistemática”, destacando a necessidade de preservar a vida dos cidadãos palestinianos inocentes.
A Amnistia Internacional denunciou recentemente que Israel está a promover uma “campanha de fome deliberada” em Gaza, um enclave sob intenso cerco.
As Nações Unidas emitiram alertas sobre os níveis alarmantes de fome e desnutrição entre a população de Gaza, os quais se encontram nos pontos mais críticos desde o início do conflito, que teve início após o ataque do Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023.
Este ataque resultou na morte de aproximadamente 1.200 pessoas em Israel e provocou ferimentos em 250, sendo que 50 ainda permanecem em Gaza, 20 vivos e 30 mortos. A retaliação israelita, por sua vez, causou a morte de 61.897 palestinianos em Gaza, conforme dados fornecidos pelo Ministério da Saúde do governo do Hamas, que controla a região desde 2007.