Netanyahu responsabiliza manifestantes por fortalecerem o Hamas
O Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, criticou os defensores da greve geral, argumentando que estes atrasam a libertação de reféns e intensificam a ameaça do Hamas.

O Primeiro-Ministro israelita, Benjamin Netanyahu, lançou hoje acusações contra os apoiantes da greve geral convocada pelas famílias dos reféns em Gaza. Segundo Netanyahu, tais manifestações estão a facilitar a posição do movimento islamita palestiniano Hamas e a prolongar o sofrimento dos detidos.
Durante a sua reunião semanal de gabinete, Netanyahu expressou a sua preocupação, afirmando que "aqueles que pedem o fim da guerra sem assegurar uma derrota do Hamas não apenas reforçam este grupo, como também garantem que os horrores do dia 7 de outubro se repitam, levando-nos a enfrentar uma guerra interminável."
Na mesma ocasião, milhares de cidadãos saíram à rua para protestar, bloqueando vias e exigindo o término do conflito na Faixa de Gaza, bem como a libertação dos cerca de 50 reféns que ainda permanecem detidos, dos quais se estima que 20 estejam vivos.
Netanyahu sublinhou que "tanto para assegurar a libertação dos nossos reféns como para evitar que Gaza represente uma ameaça contínua, é essencial derrotar o Hamas." O Primeiro-Ministro fez referência à recente ocupação da cidade de Gaza e da áreas adjacentes, onde mais de um milhão de residentes estão em perigo de deslocação.
Relativamente às solicitações de um cessar-fogo, que as famílias dos reféns têm reclamado, Netanyahu indicou que o Hamas não aceita as condições propostas por Israel, nomeadamente manter o controle de segurança na Faixa. "O Hamas exige exatamente o oposto, buscando que nos retiremos de toda a Faixa," explicou, afirmando que tal medida poderia facilitar a reorganização do grupo e o regresso de ataques a Israel.
Nos últimos dias, uma delegação do Hamas deslocou-se ao Cairo para discutir a possibilidade de um acordo de trégua. Estes contactos são os primeiros desde o último ciclo de negociações indiretas que foram interrompidas no Catar em julho.
A operação militar em resposta ao ataque do Hamas já causou mais de 61 mil mortes e a destruição significativa da infraestrutura de Gaza, resultando na deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas. Diversos países e organizações têm apontado alegações de genocídio.
A ONU alertou para uma grave crise de fome no enclave, com Israel a restringir a entrada de ajuda humanitária durante meses, sendo que, embora tenha reatado recentemente, a quantidade é considerada insuficiente para apoiar as necessidades da população de mais de dois milhões de pessoas.
Israel, os Estados Unidos e a União Europeia consideram o Hamas uma organização terrorista.