Netanyahu Propõe Trump para o Nobel da Paz em Jantar na Casa Branca
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, nomeou Donald Trump para o Prémio Nobel da Paz, elogiando o seu papel na busca pela estabilidade no Médio Oriente.

No decorrer de um jantar realizado na Casa Branca na passada segunda-feira, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, fez a sua proposta ao presidente norte-americano, Donald Trump, para que este seja nomeado para o Prémio Nobel da Paz. Durante o encontro, Netanyahu entregou a Trump a carta enviada ao Comité Nobel, justificando a nomeação com a afirmação de que Trump está a “restaurar a paz” em várias regiões, em particular no Médio Oriente.
Netanyahu afirmou que a distinção seria “bem merecida” e fez este anúncio na presença de importantes figuras políticas, incluindo o enviado especial dos EUA para o Médio Oriente, Steve Witkoff, e o secretário de Estado, Marco Rubio. Trump, por seu lado, expressou surpresa e gratidão ao receber a carta, destacando o significado da nomeação vinda de Netanyahu.
A candidatura de Trump ao Nobel da Paz já tinha sido proposta anteriormente: primeiro pelo governo paquistanês, que o nomeou em reconhecimento da trégua mediada entre a Índia e o Paquistão, e depois por um congressista dos EUA, Buddy Carter, que também fez uma nominação a Oslo no final de junho.
Os estatutos do Comité Nobel permitem que membros de assembleias nacionais e governos façam estas nomeações. A visita de Netanyahu a Washington ocorre em meio a negociações para um eventual cessar-fogo em Gaza, após uma recente onda de bombardeamentos a instalações nucleares iranianas.
Este encontro marca a terceira vez que Trump e Netanyahu se reúnem em menos de seis meses. O presidente norte-americano tem exercido pressão sobre Israel para que seja firmado um acordo de trégua na Faixa de Gaza, que atravessa uma grave crise humanitária. As conversações indiretas entre Israel e o Hamas foram reativadas no Qatar, com a intenção de estabelecer a paz na região.
Questionado antes do jantar, Trump manifestou-se otimista quanto à disposição do Hamas para aceitar um cessar-fogo, afirmando que “querem uma reunião e desejam este cessar-fogo”. As negociações visam um acordo onde, em troca da libertação de reféns, o Hamas poderia obter a libertação de prisioneiros palestinianos detidos em Israel, ao longo de um período que também permitiria a entrega de ajuda humanitária à população local. No entanto, continua a haver desacordos sobre as condições para o fim do conflito, como a retirada das forças israelitas e a desarticulação do Hamas.
O atual conflito começou no dia 7 de outubro de 2023, após um ataque do Hamas, resultando em cerca de 1.200 mortos, na sua maioria civis, e a captura de mais de 200 reféns. Em resposta, Israel lançou uma ofensiva militar na Faixa de Gaza que já causou mais de 57.000 mortes, segundo os dados das autoridades locais, além de ter devastado a infraestrutura do território e deslocado centenas de milhares de pessoas.