Morte de streamer francês sem indícios de crime, revela autópsia

A autópsia preliminar realizada ao streamer francês Jean Pormanove descartou qualquer indício de "intervenção de terceiros" na sua morte, que ocorreu durante uma transmissão ao vivo, revelando que as causas podem ser de "origem médica e/ou toxicológica", conforme anunciou o Ministério Público da França.

Jean Pormanove, conhecido pelos seus desafios extremos na plataforma de streaming australiana Kick, faleceu na madrugada de segunda-feira enquanto dormia, numa transmissão que se prolongava por cerca de 300 horas.

No comunicado divulgado e citado pela BFMTV, as autoridades afirmaram que "as prováveis causas da morte parecem ser de origem médica e/ou toxicológica". A autópsia também afirmou que "não foram encontradas lesões traumáticas internas ou externas", mas revelou a presença de algumas contusões e cicatrizes, especialmente nas pernas.

Futuras análises toxicológicas e anatomopatológicas estão programadas para determinar com precisão a causa do falecimento de Pormanove. Durante a transmissão, que incluía outros streamers como Owen 'Naruto' Cenazandotti e Safine Hamadi, o corpo de Jean foi inicialmente descoberto por um seguidor que alertou sobre a sua "posição estranha". 'Naruto' então interrompeu a transmissão ao perceber a situação.

Raphaël Graven, de 46 anos, que usava o nome Jean Pormanove ou JP, tinha um passado marcado por episódios de violência e privação de sono no âmbito das suas transmissões. Em diversas ocasiões, enfrentou humilhações e agressões, muitas vezes junto de um colega conhecido por Coudoux, que também sofre de uma deficiência.

Denúncias sobre as agressões durante as transmissões ao vivo na plataforma Kick foram amplamente divulgadas, com o site Mediapart a citar o caso de Graven como um exemplo preocupante. Em janeiro de 2025, 'Naruto' e Safine foram detidos sob alegações de incitação ao ódio e violência, mas acabaram por ser libertados, uma vez que tanto as vítimas quanto outros implicados negaram as acusações de crimes.

Clara Chappaz, ministra francesa para a Inteligência Artificial e tecnologias digitais, manifestou a sua indignação, afirmando que "Jean Pormanove foi humilhado e maltratado durante meses" na plataforma. Em resposta à situação, ela decidiu denunciar esses comportamentos à plataforma Pharma, que lida com conteúdos problemáticos online.

Por outro lado, a Kick expressou a sua tristeza pela morte de Jean Pormanove, enviou condolências à família e amigos e anunciou a suspensão dos co-streamers envolvidos na transmissão em questão enquanto a investigação estiver em curso, comprometendo-se a cooperar plenamente com as autoridades.