Mortágua apela aos algarvios para defender o direito à habitação

Durante uma visita a Loulé, no distrito de Faro, Mariana Mortágua, coordenadora nacional do Bloco de Esquerda (BE), fez questão de destacar que o seu partido é o único que se assume como defensor do direito à habitação. Esta declaração visou contar com o apoio dos eleitores que nas últimas legislativas escolheram o Chega.

“Quero que todos os algarvios saibam que há uma força política que está aqui para proteger o seu direito à habitação”, afirmou Mortágua, à margem de uma atividade de campanha dedicada ao problema da habitação no Algarve.

No ano passado, o Chega havia conquistado a maioria dos votos no distrito, superando PS e PSD, o que motivou a intervenção de Mortágua. Ela criticou outros partidos, em especial o Chega, pela incoerência nas suas propostas. “Enquanto falam sobre a habitação, na Assembleia da República apoiam medidas que elevam os preços das casas, como os vistos 'gold' e os benefícios fiscais para ricos que impactam o mercado imobiliário no Algarve”, disse.

Durante a sua intervenção, Mortágua enfrentou algumas reações, incluindo um grito de "Chega", que evidenciou a presença do partido de Ventura na região. O BE apresentou José Gusmão, ex-eurodeputado, como número um na lista eleitoral, numa tentativa de recuperar a representação perdida em 2019.

“É fundamental que os algarvios reconheçam quem está verdadeiramente do seu lado e é corajoso o suficiente para desafiar os interesses imobiliários que geram problemas na habitação”, declarou Mortágua, sublinhando a necessidade de um diálogo aberto com a população.

Um dos pontos fulcrais da campanha do BE é a proposta de teto máximo para as rendas, e Mortágua não poupou críticas ao PS e PSD, afirmando que ambos os partidos não têm soluções para o grave problema da habitação em Portugal.

“O Algarve e muitas regiões enfrentam um dos maiores dramas sociais. O PSD e PS apresentam discurso vazio, mas nenhuma solução real para a habitação”, lamentou.

Na sua visita, Mortágua esteve acompanhada por José Gusmão e pela eurodeputada Catarina Martins, durante uma reunião com cidadãos de Loulé que construíram habitações de forma ilegal em terrenos particulares, agora sob ameaça de demolição pela Câmara Municipal. Esses moradores argumentam que se encontram numa situação precária e são vítimas da crise habitacional.