Moçambique aguarda decisão da TotalEnergies para retomar projetos de gás
O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, reafirma que o futuro do projeto de gás natural depende da TotalEnergies, enquanto o governo cria condições para o recomeço das operações.

O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, reiterou hoje, durante um encontro em Yokohama com o líder da multinacional japonesa Mitsui, que a reativação do projeto de exploração de gás natural no país está nas mãos da TotalEnergies, empresa que lidera o consórcio.
Chapo afirmou: "A retomada depende de quem está a liderar o projeto e neste momento esse é o papel da Total". Este projeto, suspenso desde 2021 devido a ataques terroristas, possui importância estratégica, sendo uma das maiores reservas de gás natural situadas na bacia do Rovuma, ao largo de Cabo Delgado.
A TotalEnergies, que lidera o consórcio da Área 1, está a construir uma central em Afungi, perto de Palma, com o objetivo de produzir e exportar gás natural. A Mitsui, detentora de 20% deste projeto, manifesta interesse em ver os investimentos a recomeçar, embora a decisão final pertença à TotalEnergies.
O Presidente moçambicano salientou que todas as partes estão empenhadas em preparar o terreno para o reinício do projeto, que até agora enfrenta desafios devido a uma cláusula de "força maior". "Estamos a trabalhar intensamente para que, assim que possível, as atividades possam ser retomadas", afirmou Chapo.
No passado mês de julho, o governo de Moçambique tinha assegurado que estavam a ser criadas as condições necessárias para reiniciar o megaprojeto de Gás Natural Liquefeito (GNL), após uma reunião entre Chapo e Patrick Pouyanné, líder da TotalEnergies.
Pouyanné já tinha então assinalado a possibilidade de retomar o projeto, avaliado em 20 mil milhões de dólares, até agosto. Informações indicam que várias empresas subcontratadas estão a receber orientações para se prepararem para regressar ao trabalho na península de Afungi.
Desde 2017, Cabo Delgado tem enfrentado uma insurgência armada associada ao grupo extremista Estado Islâmico, que tem causado um elevado número de deslocados e mortes. Em 2024, pelo menos 349 pessoas perderam a vida em ataques na província, refletindo um aumento alarmante da violência na região.