"Conflito em Escalation: Ataque Russo a Fábrica Americana na Ucrânia"

A Rússia protagonizou hoje um ataque com drones e mísseis que visou uma fábrica de eletrónica norte-americana na Ucrânia, ampliando a incerteza sobre os esforços dos Estados Unidos para pôr fim à guerra. O incidente, ocorrido na região ocidental do país, foi um dos mais significativos deste ano, num momento em que o Kremlin deverá manifestar objeções a propostas cruciais de paz.

O presidente dos EUA, Donald Trump, discutiu a situação com o líder russo, Vladimir Putin, no último fim de semana no Alasca, antes de uma reunião com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e líderes europeus na Casa Branca.

Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, os ataques tinham como alvo "instalações do complexo militar-industrial ucraniano", englobando fábricas de drones e áreas onde tropas estavam reunidas, embora essa narrativa tenha sido contestada pelas autoridades ucranianas.

O Presidente da Ucrânia apontou, numa publicação na rede social X, que "os russos praticamente incendiariam uma empresa americana que produz componentes eletrónicos – electrodomésticos e não material militar". A fábrica atingida, da Flex, localizada junto à fronteira húngara, foi destacada como um dos maiores investimentos norte-americanos na região.

Andy Hunder, presidente da Câmara de Comércio Americana na Ucrânia, confirmou que, no momento do ataque, cerca de 600 funcionários se encontravam nas instalações, com seis deles a sofrer ferimentos. Zelensky avalia o ataque como uma manobra deliberada contra interesses americanos na Ucrânia, sublinhando que a ação ocorre num contexto em que se aguardam respostas russas sobre as negociações de paz.

A situação entre Trump e Putin não é pacífica, com o ex-presidente a questionar a sinceridade do líder russo e a criticar Joe Biden por não enviar armamento suficiente à Ucrânia. Trump comentou que "é absurdo esperar vencer uma guerra sem se atacar a nação invasora", comparando a situação a um time desportivo com uma defesa sólida mas incapaz de atacar.

A Rússia intensificou os seus esforços militares, disparando quase 1000 drones e mísseis desde os encontros na Casa Branca, levando os países europeus a discutir como mobilizar recursos para desincentivar ataques adicionais à Ucrânia.

Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, afirmou ainda que Moscovo não aceitará acordos de segurança que não tenham em conta a sua participação e que a mobilização de tropas da NATO seria inaceitável.

Os líderes ucranianos acusam Putin de adiar as negociações de paz na esperança de ganhos territoriais, enquanto um ataque aéreo recente resultou em um morto e 15 feridos. A força aérea ucraniana relatou que, durante a madrugada, foram lançados 574 drones e 40 mísseis, com os alvos focando principalmente zonas ocidentais do país.