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Merz defende cessar-fogo em Washington, contrariando Trump

O chanceler alemão, Friedrich Merz, reiterou em Washington a necessidade de um cessar-fogo para a paz na Ucrânia, mesmo após Trump ter declarado que a trégua é dispensável.

18/08/2025 22:00
Merz defende cessar-fogo em Washington, contrariando Trump

Durante uma reunião em Washington, o chanceler alemão, Friedrich Merz, reafirmou a importância de um cessar-fogo como condição necessária para as negociações de paz na Ucrânia. Esta afirmação surge na sequência de declarações do Presidente dos EUA, Donald Trump, que considerou desnecessário um cessar-fogo antes de se avançar nas conversações.

Merz expressou: "Não consigo imaginar a próxima reunião sem um cessar-fogo. Vamos trabalhar para essa meta e pressionar a Rússia." A reunião na Casa Branca contou com a participação de Trump, do Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e de vários líderes europeus, que discutiram caminhos para resolver o conflito que começou com a invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022.

O chanceler alemão também alertou que os próximos passos no processo de paz poderão ser "os mais desafiantes", após Trump ter se encontrado com o Presidente russo, Vladimir Putin, no Alasca, onde se deu um avanço nas conversações de paz.

"Todos nós gostaríamos de ver um cessar-fogo", enfatizou Merz, referindo-se ao consenso entre Zelensky e os líderes europeus que o acompanharam na viagem a Washington.

Antes da reunião, Trump havia declarado que a ideia de um cessar-fogo não era necessária para negociar a paz na Ucrânia. "Entendo que isso poderia ser benéfico, mas também percebo porque alguns países poderiam não querer", comentou Trump aos jornalistas.

O Presidente francês, presente na reunião, sublinhou a necessidade de um encontro europeu que envolvesse mais líderes, além da trilateral proposta entre Trump, Zelensky e Putin, para discutir garantias de segurança para a Ucrânia e garantir a segurança de todo o continente europeu.

Trump, por sua vez, reiterou que Putin estaria disposto a considerar as garantias de segurança, uma questão fundamental para a Ucrânia, embora a Rússia tenha manifestado resistência à presença da NATO no país. "O Presidente Putin concorda que são necessárias garantias de segurança para a Ucrânia", afirmou Trump, sem detalhar como isso poderá ser alcançado.

A cimeira foi caracterizada pelo Primeiro-Ministro britânico, Keir Starmer, como um "marco histórico" na segurança da Ucrânia e uma oportunidade para atingir "avanços significativos" no conflito. Ele afirmou que a guerra teve um impacto severo não só na Ucrânia, mas também na Europa e no Reino Unido, tornando o tema das garantias de segurança uma prioridade.

O Presidente ucraniano também expressou que as conversações com Trump foram produtivas, descrevendo-as como "as melhores" até ao momento, e que abordaram questões sensíveis relacionadas com a guerra.

A reunião desta tarde foi convocada por Donald Trump logo após a cimeira no Alasca, que não resultou em novas informações sobre um potencial acordo para o conflito. Outros líderes europeus, como a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o Secretário-Geral da NATO, Mark Rutte, a Primeira-Ministra italiana, Giorgia Meloni, e o Presidente da Finlândia, Alexander Stubb, também estiveram presentes no encontro.

Após esta ronda de discussões, Trump anunciou que planeia voltar a dialogar com Putin em breve.

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