Política

"Marta Temido reage a anúncio de 'dispensa' das taxas moderadoras"

A ex-Ministra da Saúde critica falta de clareza na comunicação do governo sobre taxas que não existem desde 2022, após o Conselho de Ministros extraordinário.

há 6 horas
"Marta Temido reage a anúncio de 'dispensa' das taxas moderadoras"

A antiga Ministra da Saúde, Marta Temido, manifestou a sua preocupação esta quinta-feira, através da rede social X (anteriormente Twitter), após o primeiro-ministro, Luís Montenegro, ter apresentado medidas aprovadas no Conselho de Ministros extraordinário.

"Após mais de 20 dias de incêndios agrícolas, o Conselho de Ministros extraordinário aprovou hoje 45 medidas. O primeiro-ministro salientou, entre elas, o reforço dos cuidados de saúde nas áreas impactadas, incluindo a 'dispensa de taxas moderadoras'", começou por explicar nas redes sociais.

Recorde-se que durante o mandato de António Costa, Temido teve a responsabilidade da saúde. A ex-ministra continuou: "Confesso que estremeci ao ouvir. As taxas moderadoras já não existem no SNS (exceto em urgências não referenciadas) desde maio de 2022. Em tempos tão complicados para tantas famílias, é essencial que a comunicação seja precisa e honesta — as pessoas merecem confiança e verdade."

O Conselho de Ministros ocorreu em Viseu e as comunicações oficiais foram feitas por volta das 20h30. Montenegro anunciou que o Governo aprovou um reforço nos cuidados de saúde para as áreas afetadas pelos incêndios, incluindo a isenção das taxas moderadoras e dos medicamentos.

Sem fornecer mais detalhes, Montenegro mencionou que a dispensa de medicamentos seria feita sem custos nas unidades do Serviço Nacional de Saúde. Durante a reunião, também foram prometidos apoios a instituições particulares de solidariedade social que estão a ajudar as comunidades afetadas pelos incêndios.

Adicionalmente, Montenegro indicou que foi aprovado um novo "instrumento legislativo", que funcionará como uma lei-quadro em situações de grandes incêndios, permitindo abrir um concurso para apoiar as autarquias na rápida recuperação de infraestruturas.

Respondendo a críticas sobre a Festa do Pontal, Montenegro afirmou nunca ter subestimado a ameaça representada pelas condições meteorológicas e que o Governo trabalhou intensamente para lidar com a situação. Reconheceu que, caso tenha havido perceções de falta de acompanhamento, lamenta que isso tenha ocorrido.

Desde julho, Portugal continental tem enfrentado severos incêndios rurais e florestais, principalmente nas regiões Norte e Centro, com um saldo trágico de três mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, além de destruição de habitações e exploração agrícola.

O país ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, com dois aviões Fire Boss já em operação e a previsão da chegada de mais dois Canadair na sexta-feira. Dados oficiais indicam que, até ao momento, foram consumidos 234 mil hectares, com mais de 53 mil hectares afetados apenas no incêndio de Arganil.

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