Mariana Mortágua critica Chega e urge a participação dos jovens nas eleições

Na sequência de uma iniciativa de campanha no Museu Nacional Resistência e Liberdade, em Peniche, Mariana Mortágua, coordenadora nacional do Bloco de Esquerda (BE), teceu críticas ao Chega, considerando que este partido demonstra uma "obsessão" pelo BE devido ao seu papel na defesa da liberdade e democracia em Portugal.

“O Chega tem uma fixação pelo Bloco de Esquerda porque está consciente do que representamos: a luta pela democracia, uma memória viva do que foi o 25 de Abril”, afirmou Mortágua, que estava acompanhada por Fernando Rosas, membro fundador do BE e ex-preso político, num ato simbólico que incluiu a deposição de uma coroa de cravos vermelhos no memorial aos presos políticos.

A coordenadora do BE relembrou que, após mais de uma década, os "pais" do partido, que foram protagonistas da Revolução dos Cravos, estão de volta às listas para as próximas eleições, destacando a relevância deste diálogo intergeracional no atual contexto político. “Estamos a conectar a geração que viveu a opressão do fascismo com os jovens que entendem a gravidade do avanço da extrema-direita,” explicou.

Mortágua enfatizou que a juventude actual nunca esteve tão ciente dos riscos que a extrema-direita representa, tanto nas escolas como nas redes sociais. “Não deveríamos ser pessimistas; a juventude é quem se levantará para combater essas ameaças, unindo-se para garantir um futuro livre e democrático,” assegurou.

No memorial, onde estão inscritas as identidades de cerca de três mil presos políticos que passaram pela prisão de Peniche, Mortágua reforçou que o BE se erige como um símbolo de resistência e luta por valores democráticos, facto que o Chega não consegue ignorar.