Economia

Maquinistas da CP repudiaram acusações políticas e responsabilizam Governo por greve

há 3 horas

O SMAQ afirma que a greve na CP visa exigir cumprimento de acordos justos, não motivações políticas, e critica o Governo pela situação que afecta as populações.

Maquinistas da CP repudiaram acusações políticas e responsabilizam Governo por greve

O Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ) rejeitou as acusações de que a greve em curso na Comboios de Portugal (CP) tem razões políticas, sublinhando que se trata de uma luta legítima por um acordo previamente negociado. “Esta greve não é política, é uma greve de trabalhadores que exigem o cumprimento de um acordo justo e negociado”, destacou o SMAQ em comunicado, reafirmando a sua independência em relação a qualquer partido e a sua dedicação à defesa dos interesses dos maquinistas e demais trabalhadores do sector ferroviário.

O segundo dia de greve observou uma adesão total, com toda a circulação de comboios interrompida, segundo informações da Lusa. O ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, havia vinculado a greve a motivações eleitorais, considerando a proximidade das eleições legislativas antecipadas a 18 de maio.

Em contrapartida, o SMAQ defendiu que a paralisação resultou do incumprimento por parte do Governo e da administração da CP em relação às cláusulas salariais e profissionais já acordadas. “A tentativa do Governo de associar esta luta a motivações eleitorais é absurda”, realçou o SMAQ, esclarecendo que os transtornos causados à população são de responsabilidade exclusiva do Executivo.

O sindicato negou o argumento do Governo de que não pode aplicar as verbas acordadas, sublinhando que estas estão orçamentadas e que o Governo ainda mantém a capacidade de actuar, apesar de alegar uma situação de gestão.

A proposta do Governo para implementar uma parte do acordo - correspondente a 5,7 milhões de euros - foi considerada insuficiente pelo SMAQ, que notou que parte deste valor já tinha sido consumido por aumentos salariais anteriores que não foram justos. “Essa diferença representa uma discriminação inaceitável para os trabalhadores da CP”, alegaram os representantes dos trabalhadores.

O SMAQ também observou que a alocação de três milhões de euros adicionais, sugerida pelo Governo após o início da greve, equivaleria a um aumento de apenas 1,78 euros por dia por trabalhador, o que consideraram “obviamente, inaceitável”.

O sindicato exige assim a implementação integral do acordo alcançado em 24 de abril e critica o Governo por querer beneficiar das negociações enquanto escapa às suas responsabilidades na aplicação das mesmas.

A greve, que começou na quarta-feira e se estenderá até 14 de maio, visa combater aumentos salariais que não preservam o poder de compra, promover a negociação colectiva e assegurar a implementação acordada das tabelas salariais. O impacto da paralisação será especialmente acentuado nos primeiros dias, dado que 14 sindicatos aderiram a este movimento. Importa referir que, conforme decisão do Tribunal Arbitral, não existem serviços mínimos durante este período de greve.

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#GreveCP #MaquinistasUnidos #JustiçaSalarial