Mais de 2.000 crianças em Moçambique beneficiadas por iniciativa da Fundação Tzu Chi
Desde 2021, a Fundação Tzu Chi tem apoiado mensalmente crianças moçambicanas em situação de desnutrição com alimentos fortificados e cestas básicas nos distritos de Sofala.

A Fundação Tzu Chi, com base nos seus princípios budistas, anunciou que, desde 2021, mais de duas mil crianças na província de Sofala, centro de Moçambique, receberam assistência devido a problemas de desnutrição. Este apoio faz parte de um programa abrangente de nutrição que abrange os distritos de Buzi, Nhamatanda, Dondo e Beira.
No comunicado emitido, a organização revelou que a iniciativa inclui a distribuição mensal de papas fortificadas e cestas básicas, destinadas a crianças em situação de desnutrição e às suas famílias. A coordenadora do Projeto de Reabilitação Nutricional, Vannesia Figueiredo, salientou a importância deste projeto na eliminação da desnutrição aguda severa, especialmente numa área com desafios socioeconómicos significativos.
Apenas no ano passado, quase mil crianças foram assistidas, com o programa a ir além da simples oferta de alimentos. A fundação também investiu em demonstrações culinárias, com o objetivo de educar as famílias sobre práticas alimentares saudáveis e nutritivas, utilizando ingredientes locais.
Em resposta ao panorama de desnutrição, o Governo de Moçambique apresentou, em junho, uma nova Estratégia de Segurança Alimentar e Nutricional (PESAN), que visa reduzir as taxas de desnutrição crónica infantil e promover uma agricultura produtiva e nutritiva. O ministro da Agricultura, Ambiente e Pescas, Roberto Albino, afirmou que a estratégia busca integrar esforços de diversas áreas para assegurar a segurança alimentar no país.
Apesar dos avanços na redução da insegurança alimentar, dados de 2023 indicam que a desnutrição crónica entre crianças menores de 5 anos ainda atinge 37% deste grupo populacional, um número considerado alarmante pelas organizações de saúde.
Adicionalmente, a secretária executiva do Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional (SETSAN) destacou que, ao longo da última década, a taxa de desnutrição crónica também teve uma redução, passando de 43% em 2013 para os 37% atuais, mas as cifras ainda estão aquém das recomendações da Organização Mundial da Saúde.
Com o aumento das condições adversas climáticas e preocupações de segurança, grupos da sociedade civil têm reiterado a urgência de um combate eficaz à desnutrição infantil em Moçambique.