Macron apela a um acordo rápido entre UE e EUA com tarifas reduzidas
O presidente francês defende um pacto comercial célere entre a UE e os EUA, priorizando tarifas mínimas, numa altura crucial para evitar aumentos substanciais.

Emmanuel Macron, o presidente francês, reiterou hoje a necessidade de alcançar um acordo comercial entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos de forma "o mais rápida possível", enfatizando que as tarifas devem ser "as mais baixas possíveis". Esta declaração foi feita durante uma visita à região de Roquefort sur Soulzon, no sul de França, à medida que se aproxima o prazo de 09 de julho, definido pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
Macron sublinhou: "Para mim, um bom acordo é aquele que se concretiza rapidamente, com tarifas reduzidas e que seja justo e robusto." O Comissário Europeu para o Comércio, Maros Sefcovic, encontra-se em Washington com o objetivo de selar este acordo.
Anteriormente, Macron havia expressado a sua expectativa por um acordo mais ambicioso, defendendo uma política de "zero por zero" nos direitos aduaneiros. Caso as negociações não cheguem a bom porto até a data limite, Trump poderá aumentar as taxas de importação da UE, podendo estas chegar a 50%.
"Consideramos que entre os Estados Unidos e a Europa não deveriam existir tarifas, mas sim um mercado aberto para os produtos," lembrou Macron, que manifestou preocupação com possíveis impactos nos produtores de queijo roquefort, que poderiam ser severamente afetados pelas taxas mais elevadas.
Ainda nas discussões, Macron espera que o que considera o mínimo para os EUA, ou seja, "10% por 10%" em tarifas, possa ser alcançado, além de manter a tarifa de 0% que antes existia em setores como a aeronáutica.
O presidente francês reforçou a importância de que sejam valorizados os esforços da UE em defesa, assim como o fato de ser um comprador significativo de gás liquefeito dos EUA, visando reduzir a dependência da Rússia.
Por sua vez, o chanceler alemão, Friedrich Merz, também apelou a um acordo "rápido e simples", destacando a necessidade de isentar as empresas europeias das altas taxas alfandegárias que enfrentam ao exportar para os EUA. Merz propõe uma solução simples, mesmo que implique uma aceitação de determinados sobretaxas sem compensações equivalentes.
Desde que voltou para a Casa Branca em janeiro, Trump tem priorizado as tarifas alfandegárias como um componente central da sua política comercial, alimentando uma guerra comercial global.
Maros Sefcovic tem agendadas reuniões com o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, e o Secretário do Comércio, Howard Lutnick, na esperança de avançar nas discussões.