Loures realiza demolição de 64 barracas, afetando 161 moradores
A Câmara de Loures demoliu 64 habitações precárias no Bairro do Talude Militar, após notificação. Autarquia defende saúde pública e regulamentação habitacional.

A Câmara Municipal de Loures confirmou hoje a demolição de 64 barracas no Bairro do Talude Militar, onde residiam 161 pessoas. Esta ação, conforme anunciou a vereadora Paula Magalhães (PS), decorre sob a supervisão da autarquia e visa eliminar a construção de habitações ilegais na região.
"Não permitiremos a continuidade da edificação de barracas no concelho de Loures", declarou a responsável pela Polícia Municipal durante uma conferencia de imprensa, a cerca de 200 metros do local das demolições. Os moradores foram notificados pelo município na passada sexta-feira, com cumprimento do prazo de 48 horas estabelecido legalmente.
A vereadora esclareceu que este período é essencial para que as pessoas consigam retirar os seus pertences das habitações antes da demolição. Quanto ao timing da notificação, coincidindo com um fim de semana, Paula Magalhães enfatizou que o objetivo era garantir que os moradores tivessem tempo para preparar a sua saída.
A operação, que inclui medidas de segurança para afastar os ocupantes, está sendo administrada pela Câmara, com atenção especial às circunstâncias logísticas que possam surgir, já que muitos moradores não retiraram os seus bens.
Sobre a falta de um mandado judicial para esta ação, a autarca referiu que uma providência cautelar foi apresentada para uma das barracas, que abrange outros edifícios não incluídos na demolição atual. "Tentam aplicar uma medida a um local que não corresponde", disse ainda.
Respeitando o pedido dos moradores para uma reunião com o presidente da câmara, Ricardo Leão, antes das demolições, a vereadora afirmou que a autarquia não considerou necessário esse encontro, pois o processo administrativo não o exige. As pessoas estão a ser assistidas pelos serviços sociais da Câmara, que disponibiliza apoio para a procura de habitação.
Paula Magalhães sublinhou que existe uma lista de espera com 1.000 pessoas por habitação, e por isso não é possível um realojamento imediato para os moradores das barracas. "A prioridade são aqueles que esperam pela sua vez, sendo que muitos destes têm vindo diretamente de situações de emergência", afirmou.
Nos últimos meses, a autarquia já havia demolido cerca de 55 barracas, onde viviam aproximadamente 70 pessoas, e possui planos para prosseguir com a remoção de edificações ilegais em diversas áreas do concelho. "Trata-se de demolições de estruturas não legalizáveis que comprometem a saúde pública devido à falta de condições habitacionais adequadas", concluiu a vereadora.
Magalhães reiterou que não existe um projeto urbanístico para a área do Talude Militar, enfatizando a ilegalidade das construções presentes.