Líbia: Mandados de prisão para 172 membros da milícia por graves crimes
O procurador-geral da Líbia emitiu mandados de prisão para 172 membros da milícia SSA, acusando-os de violências extremas, incluindo sequestros e assassinatos.

O procurador-geral da Líbia anunciou hoje a emissão de mandados de prisão contra 172 indivíduos associados à milícia Stability Support Apparatus (SSA). Esta ação surge na sequência de acusações de sequestros, assassinatos, torturas e detenções arbitrárias. Segundo um comunicado divulgado pela Procuradoria, a investigação revelou que uma comissão de inquérito conseguiu documentar 146 "graves violações dos direitos humanos" envolvendo membros das milícias.
O procurador Sedik al Sour fez um apelo às forças de segurança, solicitando que se concentrem nos esforços para localizar e deter os acusados, recomendando que suspendam outras atividades em suas áreas de trabalho para que possam se dedicar a esta missão prioritária.
Durante o decorrer da investigação, foram recolhidos 201 depoimentos de vítimas e testemunhas, e o procurador sublinhou a relevância de continuar a busca por outros possíveis envolvidos que permanecem desaparecidos.
Al Sour reafirmou a determinação do Estado em punir todos os responsáveis por estas "graves infrações", independentemente das suas lealdades, enfatizando que a justiça e a proteção dos direitos humanos continuam a ser uma prioridade fundamental.
A SSA esteve no centro de conflitos em Tripoli em maio do ano passado, quando o seu líder, Abdel Ghani al-Kikli, conhecido como "Gheniwa", foi morto, marcando uma intensificação das hostilidades na região. Desde a queda de Muammar Kadhafi em 2011, a Líbia tem enfrentado uma série de confrontos armados entre milícias, resultando em duas guerras civis e deixando o país devastado, com sérios danos em infraestruturas e habitações civis.