Kremlin justifica restrições à internet em nome da segurança nacional
O governo russo defende os frequentes cortes na internet como um meio de proteger a segurança dos cidadãos, citando a guerra na Ucrânia como principal ameaça.

O Kremlin apresentou uma justificação para os cada vez mais comuns cortes de internet em várias partes do país, argumentando que tais medidas são necessárias para a segurança nacional, face à situação de conflito na Ucrânia.
"A proteção dos cidadãos é uma prioridade para nós, e a ameaça é real e palpável", comentou Dmitri Peskov, porta-voz do presidente, durante a conferência de imprensa diária.
A imprensa tem destacado a incidência crescente de interrupções na internet, alcançando regiões distantes, como Omsk, que se localiza a mais de 2.000 quilómetros de Moscovo.
Embora o governo atribua os cortes a ataques com 'drones', fontes independentes sugerem que estes também visam testar restrições que podem ser usadas em censura ou em resposta a possíveis protestos.
Peskov reiterou que as ações do governo ucraniano justificam estas intervenções: "A natureza do regime de Kiev é clara e inalterável. Temos de agir em conformidade".
Recentemente, aumentaram as queixas dos cidadãos sobre a falta de acesso à internet em dispositivos móveis, abrangendo já 27 regiões russas, incluindo as principais cidades como Moscovo e São Petersburgo, bem como áreas remotas como Primorie, na costa do Pacífico.
Nesta semana, a Duma está a discutir um projeto de lei que prevê penalizar quem procurar informações classificadas como extremistas, incluindo conteúdo LGTBI que se opõe à guerra na Ucrânia, iniciada em 2022.