Jovem detido por extorsão a comerciantes na Madeira
Um jovem de 21 anos foi apanhado a cobrar dívidas fraudulentas a comerciantes na Madeira, ameaçando-os com cortes no fornecimento de energia.

Um jovem de apenas 21 anos foi detido na sequência de um mandado emitido pelo Departamento de Investigação Penal da Madeira. O indivíduo é suspeito de cometer crimes de burla qualificada ao cobrar indevidamente valores relacionados com dívidas de eletricidade.
Segundo um comunicado da Polícia Judiciária (PJ), a detenção ocorreu fora do flagrante delito, sendo parte de um inquérito liderado pelo DIAP da Madeira, que indicou que o homem, residente na Grande Lisboa, estava "fortemente indiciado" por este tipo de crimes.
Desde março de 2025, o jovem estabeleceu contacto telefónico com numerosos indivíduos na Madeira, principalmente proprietários ou gerentes de estabelecimentos na área da restauração e hotelaria, apresentando-se falsamente como funcionário da Empresa de Eletricidade da Madeira.
As comunicações foram feitas, regra geral, durante o horário de abertura dos estabelecimentos e nas horas de refeições. Convencidos por suas palavras, os comerciantes acreditaram que deviam dinheiro à empresa de eletricidade e foram pressionados a efetuar pagamentos urgentes sob ameaça de cortes no fornecimento de energia, com os valores totalizando várias milhares de euros.
O Ministério Público notou que os comerciantes foram induzidos a realizar pagamentos a favor de contas indicadas pelo arguido, sendo que os valores eram transferidos para contas no exterior, garantindo assim a sua ocultação. Inicialmente, foram instaurados inquéritos distintos, mas o crime foi rapidamente identificado, permitindo que o DIAP do Funchal unificasse o processo.
APJ conseguiu ainda obter documentação das instituições financeiras que confirmou o arguido como beneficiário dos pagamentos fraudulentos e conseguiu interceptar o telemóvel utilizado por ele para contacto com as vítimas.
O jovem será agora submetido a um primeiro interrogatório judicial, para avaliar o agravamento da sua situação, face ao risco da continuidade da atividade criminosa.