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John Hume, criador de rinocerontes, enfrentou acusações por tráfico de chifres

O reputado criador de rinocerontes John Hume e mais cinco indivíduos foram formalmente acusados de tráfico internacional de chifres na África do Sul.

20/08/2025 23:18
John Hume, criador de rinocerontes, enfrentou acusações por tráfico de chifres

Na terça-feira, a unidade de elite da polícia sul-africana, conhecida como Hawks, anunciou as acusações contra John Hume, o maior criador de rinocerontes do mundo, e outros cinco suspeitos, com idades entre 49 e 84 anos. Estes indivíduos foram levados ao Tribunal de Magistrados em Pretória, onde enfrentam uma série de acusações que incluem fraude, roubo, extorsão, lavagem de dinheiro e violação das leis de proteção ambiental.

Todos os acusados foram libertados sob fiança, com a condição de retornarem ao tribunal numa audiência agendada para 09 de dezembro. O empresário John Hume, que possui uma vasta reserva de aproximadamente 2.000 rinocerontes brancos, terá de pagar a fiança mais alta entre os restantes acusados.

A investigação, que durou sete anos, revelou operações de tráfico envolvendo 964 chifres, destinados a mercados ilegais no sudeste asiático. O ministro das Florestas, Pesca e Meio Ambiente, Dion George, qualificou o caso como uma "vitória significativa" na luta da África do Sul contra os crimes relacionados com a vida selvagem, destacando o compromisso do governo em proteger a biodiversidade e assegurar a aplicação da lei.

John Hume já recebeu críticas no passado, nomeadamente em 2017, quando organizou um leilão online de chifres, defendendo que a legalização do comércio poderia contribuir para a redução da caça ilegal. Apesar de a legislação sul-africana permitir o comércio interno de chifres, o intercâmbio internacional é vetado pela CITES desde 1977.

Recentemente, os dados governamentais indicaram que 103 rinocerontes foram abatidos por caçadores ilegais na África do Sul durante os primeiros três meses de 2025, e 420 mortos em 2024. Os chifres de rinoceronte, assim como o marfim, são frequentemente utilizados na medicina tradicional, com alegações de propriedades afrodisíacas, além de serem símbolos de status social.

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