Ameaça do Estado Islâmico na Europa: recrutamento e financiamento em ascensão
A ONU alerta que o Daesh-Khorasan mantém-se ativo na Europa, rigorosamente a recrutar e a financiar operações através de estratégias digitais e redes sociais.

A organização terrorista Daesh-Khorasan, uma afiliada do Estado Islâmico, continua a apresentar-se como uma séria ameaça na Europa, de acordo com um recente relatório apresentado pela ONU. A diretora executiva do Comité de Contraterrorismo da ONU, Natalia Gherman, destacou que o grupo tem buscado recrutar novos membros e angariar fundos usando métodos de propaganda online.
Numa reunião do Conselho de Segurança da ONU, onde foi discutido o relatório estratégico sobre a ameaça do Estado Islâmico no Iraque e no Levante, Gherman sublinhou que o grupo terrorista exerce operações a nível regional, apoiando-se em uma rede financeira global que lhe permite obter consideráveis doações. Além disso, os seus métodos de financiamento combinam inovações digitais com canais tradicionais, o que dificulta a sua deteção.
Este ano, o Comité de Contraterrorismo visitou várias nações, incluindo Camarões e Hungria, para avaliar a situação e oferecer assistência técnica, revelando a necessidade contínua de vigilância na Europa, uma vez que os terroristas estão a utilizar tecnologias cada vez mais sofisticadas, como a Inteligência Artificial e redes sociais.
Segundo o CTED, apesar dos esforços internacionais, as dinâmicas do Daesh continuam a apresentar riscos significativos para a paz e segurança mundiais. O grupo ainda possui, estimadamente, entre 3.000 a 4.000 combatentes ativos na Síria e no Iraque, onde tenta capitalizar sobre a instabilidade e as crises humanitárias enfrentadas por essas regiões.
Na Síria, a situação de segurança continua volátil, especialmente após a ascensão do grupo Hayat Tahir al-Sham, permitindo ao Estado Islâmico explorar lacunas de segurança e aumentar a atividade terrorista, o que levanta preocupações sobre o potencial desvio de armamento para as suas mãos.
O chefe do Escritório das Nações Unidas para Contraterrorismo, Vladimir Voronkov, partilhou a inquietação sobre a possibilidade de que o reconhecimento do Estado Islâmico continue a crescer, possivelmente recrutando especialistas em cibersegurança e utilizando plataformas encriptadas para coordenar ações.
Os Estados Unidos, durante a sessão da ONU, reafirmaram o seu empenho em desmantelar organizações terroristas, manifestando preocupações sobre o uso de tecnologias emergentes, como drones e criptomoedas, que têm ajudado a sustentar estas operações.