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Israel fecha escolas da ONU em Jerusalém Oriental, afetando educação de crianças palestinianas

há 4 horas

Seis escolas geridas pela ONU foram encerradas em Jerusalém Oriental, afetando mais de 800 alunos palestinianos e suscitando preocupações sobre a continuidade da sua formação.

Israel fecha escolas da ONU em Jerusalém Oriental, afetando educação de crianças palestinianas

Em mais um capítulo das tensões em Jerusalém Oriental, Israel decidiu fechar hoje seis escolas geridas pela Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA). Esta medida provocou a saída antecipada de centenas de alunos palestinianos e levanta dúvidas sobre o futuro educacional de mais de 800 estudantes na região.

O encerramento, que já estava previsto desde abril, surge após instruções da polícia israelita e do Ministério da Educação, que tinham dado um prazo de 30 dias para a interrupção das atividades escolares, terminando na quarta-feira.

A UNRWA, responsável pela educação e saúde dos refugiados palestinianos em Jerusalém Oriental, refere que as suas escolas funcionam nesta área capturada por Israel durante a Guerra de 1967. Contudo, o Estado israelita, que considera Jerusalém Oriental como parte da sua capital unificada, tem feito acusações de que estas instituições promovem conteúdos antissemitas. A UNRWA nega veementemente estas alegações.

Uma das alunas, Layan Ramadan Nataheh, da Escola Básica Feminina de Shufat, expressou a sua tristeza: "Quando me despedi das professoras, e quando as fui abraçar, comecei a chorar porque não sei para que escola irei agora, nem onde vamos estudar".

Os impactos psicológicos e emocionais também foram destacados por Shujan Abu Remailah, residente no campo de refugiados de Shufat: "A presença de soldados nas escolas assusta as raparigas, e a decisão de encerrar as instituições afeta o espírito delas e o seu futuro".

Apesar de o Ministério da Educação de Israel afirmar que os alunos seriam transferidos para outras escolas, os pais e educadores expressam preocupação, alertando para os desafios que as crianças enfrentarão na travessia de postos de controlo congestionados, alguns sem as autorizações necessárias para o fazer.

Em declarações à agência Associated Press, o Ministério justifica o encerramento das escolas pelo funcionamento ilegal das mesmas, uma alegação que a administração da UNRWA repudia, compromettendo-se a manter as escolas abertas pelo maior tempo possível.

Inicialmente, falava-se de três escolas encerradas no campo de refugiados de Shuafat, mas o número elevou-se para seis. A expulsão das crianças foi acompanhada pela afixação de uma ordem de encerramento que declarava a ilegalidade das instituições, segundo reportagens da agência France-Presse.

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#EducaçãoEmRisco #DireitosHumanos #JustiçaParaPalestina