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Israel alerta sobre consequências do reconhecimento do Estado palestiniano

há 16 horas

O Ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel destaca que o reconhecimento unilateral do Estado palestiniano resultará em ações unilaterais por parte de Israel, em meio a debates sobre a solução de dois Estados.

Israel alerta sobre consequências do reconhecimento do Estado palestiniano

Gideon Saar, o ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, manifestou a sua preocupação ao afirmar que qualquer reconhecimento unilateral de um Estado palestiniano irá comprometer as perspectivas de um diálogo bilateral, levando Israel a adotar "medidas unilaterais em resposta". A declaração foi feita durante uma reunião com o seu homólogo alemão, Johann Wadephul, em Jerusalém.

Wadephul, por sua vez, reiterou o compromisso da Alemanha com a ideia de uma solução de dois Estados, onde tanto Israel como a Palestina seriam reconhecidos mutuamente. Ele destacou que "a perspetiva de um acordo de dois Estados é a melhor forma de garantir paz, segurança e dignidade para ambos os povos", alertando que o avanço os colonatos ilegais ou o reconhecimento apressado da Palestina poderia prejudicar essa solução.

Atualmente, cerca de 150 países já reconheceram o Estado palestiniano, sendo que os mais recentes a fazê-lo foram Espanha, Irlanda, Noruega e Eslovénia, entre maio e junho de 2024. França e Arábia Saudita estão a preparar-se para co-presidir uma conferência internacional nas Nações Unidas no próximo mês, com o objetivo de reavivar o conceito de dois Estados para a Palestina e Israel.

O Presidente francês expressou esperança de que este evento possa resultar numa nova onda de reconhecimentos do Estado palestiniano, incluindo potenciais declarações de França e até de outros países árabe-muçulmanos.

Entretanto, Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro de Israel, e outros membros do seu Governo, que são reconhecidos pelo seu forte nacionalismo, têm expressado de forma contundente que são contra o estabelecimento de um Estado palestiniano, considerando que tal passo seria uma maneira de "recompensar o terrorismo do Hamas".

A guerra em Gaza começou após um ataque do Hamas, em 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de 1.218 israelitas, a maioria civis. A resposta militar de Israel fez com que, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas, mais de 52.829 palestinianos perdessem a vida, a grande maioria também civis. Entre as 251 pessoas sequestradas nesse dia, 58 continuam em cativeiro, incluindo 34 que, segundo o exército israelita, já foram declaradas mortas.

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