Islândia inicia negociações com a UE para fortalecer segurança e defesa
O governo islandês vai dialogar com a União Europeia para estabelecer uma nova parceria de segurança e defesa, focando em áreas críticas e cibersegurança.

A Islândia está prestes a dar início a negociações com a União Europeia (UE) com o intuito de criar uma parceria em segurança e defesa. A confirmação foi feita pela primeira-ministra islandesa, Kristrún Frostadóttir, durante a visita da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ao país nórdico.
"É fundamental para nós evidenciar a nossa capacidade de cooperação em áreas como infraestruturas críticas, proteção civil e investimentos na defesa de duplo uso, abrindo espaço para lidar com ameaças híbridas e cibernéticas", sublinhou Frostadóttir.
Na conferência de imprensa, realizada na base aérea de Keflavik, a primeira-ministra expressou a expectativa de que as negociações sejam finalizadas até ao final do ano ou, possivelmente, dentro de poucos meses.
Frostadóttir anunciou também que a Islândia já concluiu as tratativas para a sua inclusão no programa de conectividade segura, o que permitirá melhorar a segurança das suas comunicações, incluindo os cabos submarinos de telecomunicações.
Durante a sua estadia, Ursula von der Leyen e Frostadóttir abordaram ainda várias temáticas relacionadas com a geopolítica no Ártico, segurança e ações climáticas. A presidente da CE destacou que a UE procura "adicionar uma nova camada" ao modelo de segurança da Islândia, que não possui exército e depende de acordos de defesa com a NATO e os Estados Unidos.
"A Islândia desempenha um papel crucial na estratégia da NATO na região do Ártico e no Atlântico Norte, sendo um aliado sólido e fiável", afirmou von der Leyen.
A futura parceria de segurança e defesa, da qual a Islândia ambiciona fazer parte, já conta com o envolvimento de oito países, incluindo Noruega, Reino Unido e Canadá. Von der Leyen frisou que esta colaboração integrará a Islândia na rede de segurança e defesa europeia, prometendo uma cooperação mais estreita em áreas que vão da proteção civil à cibersegurança.
No que toca à situação geopolítica no Ártico, von der Leyen reiterou a necessidade de a UE "se adaptar às novas realidades" na região, propondo uma revisão da sua estratégia para enfrentar a crescente influência de potências como a Rússia e a China.