Irão reafirma compromisso nas negociações nucleares frente a desafios de Trump

O presidente do Irão, Masoud Pezeshkian, declarou hoje que o seu país não irá desistir das negociações com os Estados Unidos sobre o programa nuclear. Em um discurso transmitido pela televisão estatal, Pezeshkian enfatizou que o Irão não procura conflitos, mas não se deixará intimidar por ameaças, afirmando: "Eles que não pensem que, quando nos ameaçam, iremos abdicar dos nossos direitos humanos e dos nossos direitos fundamentais".

O líder iraniano assegurou que a nação não se afastará da sua dignidade militar, científica e nuclear em quaisquer condições. Neste momento, as conversações entre o Irão e os EUA estão na fase de "peritos", onde se discute o alcance de um possível acordo.

Contudo, o enriquecimento de urânio permanece um ponto de discórdia significativo. Teerão insiste na legalidade deste processo, enquanto a administração Trump pressiona para a sua interrupção. Trump já manifestou, em várias ocasiões, a possibilidade de ações militares contra o programa nuclear iraniano caso não se chegue a um entendimento.

De acordo com os líderes iranianos, a construção de uma arma nuclear com as reservas de urânio enriquecido é cada vez mais uma possibilidade. Recentemente, Trump afirmou que o Irão recebeu uma proposta durante as conversações, embora não tenha partilhado detalhes adicionais.

Em sua viagem à região, Trump reiterou, em várias ocasiões, que o Irão não pode ser permitido a desenvolver uma bomba nuclear. Mohammad Eslami, chefe da organização atómica do Irão, defendeu a natureza pacífica do programa numa declaração à televisão estatal, garantindo que está sob vigilância “contínua” da agência internacional de nuclear.

Ele revelou que a agência inspecionou mais de 450 vezes as instalações nucleares do Irão em 2024, o que representa cerca de 25% de todas as inspeções realizadas naquele ano.

Em paralelo, as tensões no Oriente Médio continuam a escalar, especialmente com as ameaças recorrentes de Israel de atacar as instalações nucleares iranianas, complicadas pela atual guerra entre Israel e o Hamas em Gaza.