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Investimento de 5,9 mil milhões anual é crucial para salvar a Amazónia

Uma carta enviada ao Brasil pede a captação de 7 mil milhões de dólares por ano para proteger a Amazónia, destacando a urgência em evitar sua destruição total.

há 3 horas
Investimento de 5,9 mil milhões anual é crucial para salvar a Amazónia

Organizações, centros de investigação e líderes comunitários enviaram hoje uma carta ao Brasil solicitando um acordo global que garanta um investimento anual de 7 mil milhões de dólares (5,9 mil milhões de euros), vital para evitar o colapso da Amazónia.

O documento, assinado por entidades como a Conservation International, The Nature Conservancy, Rainforest Trust, Field Museum, Amazon Concertation, Andes Amazon Fund, Ipam Amazónia e o Painel Científico para a Amazónia, sublinha a oportunidade histórica que o Brasil tem, antes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30) em novembro, na cidade de Belém, para impedir que a floresta atinja um ponto de não retorno.

As organizações signatárias alertam para a urgência na mobilização de recursos necessários para proteger a Amazónia, reorientar subsídios prejudiciais e assegurar financiamento direto para as comunidades indígenas.

"É alarmante que os fluxos financeiros atuais estejam aquém do necessário para evitar esta crise. O Banco Mundial estima que sejam precisos 7 biliões de dólares por ano para a proteção da Amazónia, enquanto apenas 5,81 mil milhões de dólares [5 mil milhões de euros] foram mobilizados entre 2013 e 2022", expõe o documento enviado ao embaixador brasileiro e presidente da COP30, André Correa do Lago, bem como à Secretária Nacional de Mudança do Clima, Ana Toni.

Além disso, a floresta amazónica gera um valor estimado em 317 mil milhões de dólares [269,3 mil milhões de euros] anualmente. A falta de financiamento evidencia uma falha global maior, considerando que as soluções baseadas na natureza (SbN) recebem apenas 3% do financiamento climático para mitigação e 11% para adaptação, apesar de representarem 30% da mitigação necessária até 2030.

Com 6,5 milhões de quilómetros quadrados, a Amazónia alberga 13% das espécies conhecidas, 20% das reservas de água doce e é lar de cerca de 47 milhões de pessoas, incluindo mais de 400 povos indígenas.

Essencial para a estabilidade climática do planeta, a Amazónia armazena entre 150 a 200 mil milhões de toneladas de carbono, equivalente a 15 a 20 anos de emissões globais de dióxido de carbono.

Os signatários da carta insistem que a maior floresta tropical do mundo enfrenta um momento crítico, uma vez que mais de 17% da sua área no Brasil já foi desmatada e 31% encontra-se degradada.

"Se perdermos mais 5% da vegetação, poderemos atingir um ponto de não retorno, levando à transformação irreversível da Amazónia em savana", alertam.

As organizações pedem que o Brasil assuma um papel de liderança na COP30, promovendo uma coligação que traga recursos, governos, bancos de desenvolvimento, empresas e fundações, assegurando que os investimentos cheguem a iniciativas que preservem a floresta e fortaleçam as comunidades locais.

"Destinar recursos financeiros significativos e imediatos para a conservação da Amazónia deve ser visto como uma estratégia climática urgente para evitar as piores consequências do aquecimento global", afirmou Rachel Biderman, vice-presidente sénior para as Américas da Conservação Internacional.

"Esta COP, a primeira a ser realizada na maior floresta tropical do mundo, deve comprometer-se parcelarmente com um apoio financeiro e político robusto para garantir que a Amazónia e as outras florestas tropicais do planeta continuem a armazenar e capturar carbono com segurança. É imperativo fortalecer os guardiões da floresta, que são os povos indígenas e as comunidades locais, não apenas pelo seu futuro, mas pela vida no planeta", concluiu James Deutsch, CEO da Rainforest Trust.

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