Inês de Sousa Real critica discursos de ódio após encontro com feirantes de Carcavelos

Durante uma ação de campanha na Feira de Carcavelos, em Cascais, Inês de Sousa Real, a porta-voz do PAN, teve a oportunidade de escutar as preocupações de vários feirantes, incluindo muitos da comunidade cigana. As queixas dirigidas a André Ventura, líder do Chega, dominaram grande parte das conversas, com os comerciantes a expressarem descontentamento em relação às suas declarações sobre os ciganos.

Um dos feirantes, António Barão, não poupou críticas, afirmando: "É um palerma, aquilo é um papagaio. Se ele não consegue resolver problemas dentro do seu partido, como poderá resolver os do país?" Sousa Real, reconhecendo as dificuldades enfrentadas pela comunidade, tentou abordar as questões de discriminação mas foi novamente interrompida por António, que enfatizou que a má conduta de alguns não deve refletir sobre todos.

Após a visita, Inês de Sousa Real manifestou aos jornalistas que o "ódio e a perseguição gerados pelo Chega não facilitam a construção de uma política de integração efetiva para os ciganos". Ela destacou que, apesar do caminho ainda a percorrer no que toca ao bem-estar animal dentro da comunidade, muitos ciganos aspiram a ter oportunidades de emprego, educação e a partilhar os valores comuns da sociedade.

A porta-voz do PAN exigiu a implementação de "políticas de integração e mediação comunitária" em resposta às "políticas de ódio". Criticou também a forma como o Chega tem perturbado a campanha com provocações que nada acrescentam ao debate sobre questões fundamentais como saúde e educação.

Inês Sousa Real apelou, por fim, a medidas de apoio aos comerciantes de mercados e feiras, sublinhando a contradição de André Ventura ao criticar o Rendimento Social de Inserção, sem apresentar soluções concretas para os trabalhadores deste setor.