O governo indiano justifica a sua ofensiva militar no Paquistão como resposta à inação em relação a grupos terroristas, optando por ações diretas após um ataque mortal na Caxemira.
Durante uma conferência de imprensa, o secretário dos Negócios Estrangeiros da Índia, Vikram Misri, defendeu a recente operação militar em território paquistanês, atribuindo-a à ausência de medidas efetivas por parte de Islamabad após um ataque terrorista que resultou em várias mortes na Caxemira indiana.
Misri destacou que, apesar de ter fornecido informações pertinentes ao Paquistão e esperar que ações fossem implementadas para combater o terrorismo, houve uma falta significativa de resposta nos últimos 14 dias. "Após duas semanas desde os ataques, não há evidências de que o Paquistão tenha tomado qualquer iniciativa contra as infraestruturas terroristas localizadas em seu território," afirmou.
O ataque ocorrido a 22 de abril na região de Pahalgam, que causou a morte de civis e foi atribuído ao grupo Lashkar-e-Taiba, exigia um posicionamento imediato, de acordo com Misri. Este indicou que os serviços secretos indianos estão apreensivos com a possibilidade de novos atentados e que é fundamental para a Índia agir de forma a dissuadir estas ameaças.
Para Misri, as ações da Índia são um direito legítimo de resposta e foram realizadas de maneira "proporcional e responsável", com o foco no desmantelamento de redes terroristas e na neutralização de ameaças atravessando a fronteira.
Ele também mencionou que a resposta indiana deve ser analisada à luz de uma declaração recente do Conselho de Segurança da ONU, que enfatizou a necessidade de responsabilizar os perpetradores dos ataques.
Por sua vez, o Paquistão convocou o seu Comité de Segurança Nacional para uma reunião urgente, antecedida por bombardeamentos que causaram mortes dos dois lados, numa escalada preocupante de violência que afeta não só a Caxemira, mas a relação já tensa entre as duas nações desde 1947.
No decorrer das hostilidades, foi relatada a morte de pelo menos 26 paquistaneses e oito indianos, com explosões e confrontos em diversas áreas da Caxemira, ressaltando a gravidade da situação atual. O uso de artilharia e mísseis intensificou o conflito, sendo uma nova fonte de preocupação na região.