Incêndios em Espanha superam recorde histórico com 343 mil hectares devastados
Este ano, os incêndios florestais em Espanha já destruíram 343 mil hectares, estabelecendo um novo recorde anual. A situação gravosa afeta severamente o noroeste e o oeste do país, mobilizando milhares de operacionais.

Os incêndios florestais que assolam Espanha em 2023 alcançaram a alarmante marca de 343 mil hectares ardidos, superando o anterior récord de 306 mil hectares que se verificou em 2022, segundo dados divulgados pelo Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS).
O maior registo de área ardida num único ano na Europa foi de 563 mil hectares em Portugal, em 2017, um evento trágico que resultou na perda de 119 vidas.
A atual vaga de incêndios foca principalmente o noroeste e o oeste de Espanha, afetando regiões como Galiza, Castela e Leão, e Extremadura, localizadas na fronteira com Portugal.
De acordo com a Proteção Civil espanhola, 23 incêndios estão ativos, alguns em situações de "maior gravidade", com a mobilização de milhares de bombeiros e cerca de 2.000 militares para combate às chamas.
Desde o dia 11 de agosto, o país ativa o mecanismo europeu de proteção civil, recebendo apoio de várias nações, incluindo França, Itália, Alemanha, e Países Baixos, com envio de meios aéreos e equipas de combate a incêndios, como anunciado pela diretora da Proteção Civil, Virgina Barcones, em conferência de imprensa.
Infelizmente, esta calamidade coincide com uma intensa onda de calor que perdura há 16 dias, e que deverá chegar ao fim hoje, segundo os serviços meteorológicos.
A ministra da Defesa, Margarita Robles, revelou que a diminuição das temperaturas é a única esperança real para controlar a situação. Este verão, quatro vidas foram tragicamente perdidas em consequência dos incêndios, e milhares de pessoas foram evacuadas de forma preventiva.
As consequências dos incêndios estendem-se pelas infraestruturas, com dezenas de estradas cortadas e a suspensão das ligações de alta velocidade entre Madrid e Galiza.
Além disso, zonas protegidas, como o Parque Nacional Picos da Europa, estão em risco, levando as autoridades a pedir aos peregrinos dos Caminhos de Santiago que suspendam temporariamente os seus percursos, especialmente na região de Castela e Leão.