Incêndio na Guarda provoca alerta e preocupação nas localidades vizinhas

O incêndio que deflagrou em Pêra do Moço, concelho da Guarda, por volta das 10h45, mantém-se em fase ativa ao início da noite, com uma frente que se estende entre Codeceiro, Rocamonde, Avelãs de Ambom e Avelãs da Ribeira. Esta informação foi confirmada pelo presidente da Câmara, Sérgio Costa, à agência Lusa.

Com a situação a intensificar-se, o presidente alertou que as áreas vizinhas de Pinhel e Trancoso também estão sob vigilância. “A frente de fogo é motivo de preocupação naquela zona do concelho”, referiu Costa.

Para combater as chamas, no local encontram-se voluntários e equipas das juntas de freguesia, munidos de veículos todo-o-terreno equipados com kits de combate a incêndios, com o objetivo de “dificultar a propagação e manter a vigilância”, adiantou o autarca.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) reportou que, até às 23h00, estavam mobilizados 253 operacionais, apoiados por 89 viaturas para combater as chamas.

Além disso, Sérgio Costa revelou uma "outra preocupação" proveniente de um incêndio que avança do concelho do Sabugal em direção ao município da Guarda, considerado "descontrolado" e que está a ameaçar localidades como Pega e Carvalhal Meão. Neste incêndio, 79 operacionais e 21 viaturas estão a ser utilizados.

No concelho de Pinhel, a situação também é crítica, com várias frentes ativas derivadas do incêndio em Pêra do Moço. A vice-presidente da Câmara, Daniela Capelo, mencionou que as aldeias de Cerejo, Alverca da Beira, Prados e Freixedas foram afetadas, com registo de “várias casas ardidas” e poucos recursos disponíveis no terreno.

O incêndio em Pêra do Moço resultou na morte do ex-autarca de Vila Franca do Deão, Carlos Dâmaso, e causou ferimentos graves em outra pessoa, que foi encaminhada para a Unidade Local de Saúde Universitária de Coimbra.

Desde 02 de agosto, Portugal encontra-se em alerta devido ao risco elevado de incêndio. Nas últimas semanas, diversos incêndios no norte e centro do país já consumiram mais de 75 mil hectares. A situação de alerta foi prorrogada até domingo, conforme anunciou a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral.