Incêndio devastador no sul de França provoca uma morte e deixou feridos
Um incêndio de grandes proporções avança na cordilheira de Corbières, em Aude, causando uma vítima fatal e pelo menos nove feridos. As chamas já devastaram vastas áreas de vegetação.

Um incêndio florestal de grandes dimensões está a devastar a cordilheira montanhosa de Corbières, no sul de França, com perdas trágicas e danos significativos. Até ao momento, as autoridades confirmaram uma morte e pelo menos nove feridos.
Na manhã desta quarta-feira, foi confirmado que uma mulher perdeu a vida na sua residência em Saint-Laurent-de-la-Cabrerisse, uma localidade localizada nas proximidades de Carcassonne, onde várias habitações foram severamente danificadas. Entre os feridos, encontram-se dois civis – um deles em estado crítico – e sete bombeiros, dos quais dois foram hospitalizados.
Além disso, há relatos de uma pessoa desaparecida. O incêndio eclodiu pouco depois das 16h00 (15h00 em Lisboa) na terça-feira e rapidamente se intensificou, alastrando a sua área de incêndio durante a tarde, com uma pausa nocturna dada pela humidade elevada nas horas seguintes.
As chamas, alimentadas por ventos fortes, avançaram das florestas para a vegetação rasteira, alcançando eventualmente Saint-Laurent-de-la-Cabrerisse. Em Tournissan, uma aldeia vizinha, os moradores tentaram conter o avanço das chamas com mangueiras de jardim.
A secretária-geral da autarquia de Aude, Lucie Roesch, afirmou: “O incêndio está a progredir em condições alarmantes. Estamos a vigiar as margens e a parte de trás do fogo para prevenir reacendimentos.”
O apoio aéreo aos bombeiros foi restabelecido esta manhã, embora as autoridades advirtam que o incêndio pode demorar "vários dias" a ser controlado, considerando-o uma operação de longo prazo.
Devido à situação, diversas localidades foram evacuadas e várias estradas foram encerradas, incluindo a autoestrada A9, que serve como ligação entre França e Espanha. O presidente francês, Emmanuel Macron, utilizou a plataforma X (ex-Twitter) para fazer um apelo à população no sentido de manter "máxima cautela", assegurando que "todos os recursos do país estão mobilizados".
Até ao final do dia de terça-feira, foram utilizados para o combate ao incêndio nove aviões Canadair, cinco aviões Dash e dois helicópteros, num esforço que envolveu mais de mil bombeiros, conforme destacou Lucie Roesch, frisando que se tratava da "capacidade máxima nacional".
Apesar dos numerosos esforços, os meios para combater o incêndio alternaram e não conseguiram deter o seu avanço. A região de Aude foi colocada sob alerta vermelho devido ao risco muito elevado de incêndios, consequência de uma onda de calor esmagadora, segundo o serviço nacional de meteorologia francês, Météo-France.
A imprensa local reporta que a área de Aude tem enfrentado um aumento contínuo das áreas ardidas nos últimos anos, agravado pela falta de chuvas e pelo desmantelamento de vinhedos que anteriormente ajudavam a conter a propagação dos incêndios.
Desde o início do verão, a região tem sido fustigada por diversos incêndios, com destaque para o de Narbonne, no início de julho, que se tornou o maior desde 1986 ao queimar 2.000 hectares e exigir a intervenção de quase 1.000 bombeiros.