Impostos elevados dos EUA preocupam Portugal, alerta Paulo Portas

O ex-líder do CDS-PP, Paulo Portas, expressou a sua preocupação em relação às tarifas de 30% impostas pelos Estados Unidos à União Europeia, chamando a atenção para a gravidade da situação para Portugal. Durante a sua habitual intervenção no jornal da TVI, Portas descreveu as medidas como um "jogo muito duro".

Desde a ascensão de Donald Trump à presidência dos EUA, foram implementadas já "55 medidas tarifárias", indicando um ritmo acelerado na aplicação de novos impostos. Portas sublinhou que “de três em três dias há uma nova tarifa ou uma novidade sobre tarifas”, o que compromete a previsibilidade e a segurança nas relações comerciais. Ele destacou que, recentemente, Trump fixou tarifas elevadas sobre a economia japonesa e da Coreia do Sul, desconsiderando relações históricas entre aliados.

O ex-dirigente referiu ainda que as tarifas abrangem também o Brasil, México e Canadá, países que têm uma forte ligação comercial com os EUA. Em relação à União Europeia, a nova tarifa, que agora atinge os 30%, foi um aumento significativo face à anterior taxa de 10% em vigor.

Portas apontou que estas tarifas incidem sobre produtos essenciais, como o cobre, e foram sugeridas tarifas excessivas sobre produtos farmacêuticos. Ele sublinha que este comportamento revela uma lógica de "força", onde aliados são tratados de forma semelhante a adversários, tornando impossível uma negociação justa.

Quanto à Europa, Portas acredita que as relações comerciais entre os EUA, China e Europa têm um impacto global significativo. Ele alertou para a necessidade de a Europa equilibrar sua posição nas negociações comerciais com os EUA, especialmente considerando as diferentes taxas comerciais envolvidas.

No que toca a Portugal, Paulo Portas fez questão de mencionar que as relações comerciais com os EUA são cruciais. O país exporta uma variedade de produtos, incluindo combustíveis, máquinas, e cortiça. Ele advertiu que a China, por exemplo, está a desafiar os EUA em termos comerciais, e que a Europa deverá encontrar formas de se posicionar para evitar uma situação desfavorável.

Recentemente, foi anunciado que as tarifas de 30% sobre os produtos da União Europeia e do México entrariam em vigor a partir de 1 de agosto. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que Bruxelas está disposta a negociar com os EUA para evitar a implementação destas tarifas.