Carneiro presiona Governo a agir rapidamente face a tarifas ameaçadoras

No decorrer de uma apresentação em Lousada, na região do Porto, o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, pediu ao Governo que se reúna rapidamente com representantes dos sectores que poderão ser severamente impactados pelas tarifas estabelecidas por Washington. A sua recomendação foca-se em desenvolver, com urgência, medidas de mitigação.

Carniero fez esta declaração durante a candidatura de Nelson Oliveira à presidência da Câmara Municipal, sublinhando que, à semelhança do que aconteceu após o Brexit, seria desejável que o Governo adoptasse uma abordagem coordenada entre vários ministérios, liderados pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, para enfrentar esta crise.

"É essencial que o Ministério da Economia se una aos representantes destes sectores rapidamente, identificando formas de apoio a eles", frisou, aludindo a áreas como o têxtil, vestuário, calçado e vinhos.

O secretário-geral alertou que os efeitos da política tarifária dos Estados Unidos passarão por toda a União Europeia, incluindo Portugal. Referiu ainda que se esperava uma perda de riqueza de cerca de 30% na Europa até 2025, caso fossem aplicadas taxas de 10%, com projeções de perdas ainda mais drásticas para 2026.

"Se a taxa subir para 30%, o impacto será considerável, portanto, o Governo deve ter preparadas respostas adequadas para enfrentar um choque económico", enfatizou.

Carniero recordou que a possibilidade das tarifas foi mencionada pelos EUA há vários meses e expressou confiança de que o Governo teria estratégias para atenuar essas consequências.

No evento, também apresentou três solicitações ao executivo de Luís Montenegro: assegurar que a Conservatória do Registo Predial de Lousada funcione todos os dias, reabilitar o posto da GNR conforme um protocolo assinado e disponibilizar os 45 apartamentos resultantes de um acordo entre o Governo, o Instituto de Habitação e o Município.

Em uma atividade marcada pela participação da comunidade, Carneiro reafirmou o seu compromisso com os Pactos Territoriais de Desenvolvimento, assegurando que lutará por uma estratégia de investimento que beneficie os municípios do Baixo Tâmega no parlamento e outras instâncias.

"É preciso enfrentar os fatores que ainda limitam o nosso crescimento económico e as oportunidades para os mais jovens", concluiu.