Impacto da desvalorização do dólar em Timor-Leste é analisado pelo BCTL

O governador do Banco Central de Timor-Leste (BCTL), Hélder Lopes, afirmou hoje que a recente desvalorização do dólar americano não afetará negativamente o comércio externo do país. Em declarações após uma reunião com o Presidente José Ramos-Horta, Lopes destacou que a força do dólar em relação à rupia indonésia é benéfica para as importações de Timor-Leste.

“Neste momento, estamos satisfeitos com a força do dólar face à rupia. Se o dólar desvalorizasse em relação à rupia, os preços das importações da Indonésia aumentariam,” explicava o governador no encontro com a imprensa.

Uma vez que a maior parte das transações comerciais de Timor-Leste se realiza com a Indonésia, a manutenção da valorização do dólar é crucial. “Esperamos que o dólar continue forte para facilitar as nossas importações, mas é importante notar que isso poderá encarecer as nossas exportações,” elucidou.

Aproximando-se de outros tópicos, Hélder Lopes também abordou a possibilidade de Timor-Leste adotar uma moeda própria. Para isso, é essencial que haja um consenso entre os líderes do país. “A adoção de uma nova moeda requer um entendimento claro entre os líderes, assegurando que funcionará eficazmente,” explicou.

Desde a sua independência em 2002, Timor-Leste utiliza o dólar americano como sua moeda oficial. O Fundo Monetário Internacional (FMI) já havia salientado em um estudo que, embora o dólar tenha contribuído para um nível de inflação baixo e estável, pode estar comprometendo a competitividade do setor privado.

Com uma economia cada vez mais voltada para a ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático) e a diminuição da produção de petróleo, o FMI alerta que a dependência do dólar e os desafios fiscais necessitam ser abordados de forma significativa para que Timor-Leste possa aprimorar seu desempenho económico.