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Guiné-Bissau mantém porta aberta ao diálogo após expulsão da imprensa portuguesa

O Governo da Guiné-Bissau compromete-se a explicar a expulsão de jornalistas portugueses, reafirmando a sua abertura para o diálogo, sob a condicionante do respeito pela soberania nacional.

15/08/2025 23:10
Guiné-Bissau mantém porta aberta ao diálogo após expulsão da imprensa portuguesa

O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Braima Camará, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Carlos Pinto Pereira, informaram que irão esclarecer, no próximo sábado, a decisão de expulsar as delegações da agência Lusa, da RTP África e da RDP África. Esta medida implicará que os representantes destes meios de comunicação deixem o país até terça-feira.

Durante uma conferência de imprensa após uma reunião com a comunidade internacional sobre as eleições gerais agendadas para 23 de novembro, Camará passou a palavra a Pinto Pereira, que confirmou que esta "é uma decisão do Governo" e prometeu um comunicado mais detalhado em breve. O ministro lamentou também que Portugal não tenha apresentado as razões por detrás da expulsão.

Quando questionado sobre as repercussões nas relações bilaterais com Portugal, o MNE guineense enfatizou que "cada assunto deve ser tratado em seu devido tempo" e garantiu que o Governo tomará uma posição clara quando for oportuno.

Camará reforçou que a Guiné-Bissau está comprometida com o diálogo, mas sublinhou a importância de respeitar a soberania do país, recordando as lutas históricas pela liberdade. "Este é um Governo que pratica o diálogo", reiterou, acentuando que a soberania deve ser sempre preservada.

A expulsão da imprensa portuguesa gerou reações em ambos os países. O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal condenou a medida, considerando-a "altamente censurável e injustificável", e anunciou que irá exigir esclarecimentos ao Governo guineense.

O embaixador da Guiné-Bissau em Lisboa foi convocado para explicar a situação junto do MNE português, numa reunião agendada para sábado. Por sua vez, as direções de informação da Lusa, RTP e RDP criticaram a decisão, apelando para que os jornalistas possam continuar a exercer a sua função de informar na Guiné-Bissau.

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