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Grupo familiar indicado por desvio de 2,3 milhões de euros de fundos comunitários

há 1 semana

Ministério Público acusa 123 indivíduos, entre os quais 43 empresas, de fraudes em subsídios europeus, totalizando quase 2,3 milhões. Investigação revela métodos complexos de obtenção indevida de financiamento.

Grupo familiar indicado por desvio de 2,3 milhões de euros de fundos comunitários

O Ministério Público (MP) do Porto anunciou a acusação de 123 arguidos, incluindo 43 empresas, por suspeitas de associação criminosa e fraude na obtenção de fundos comunitários, que somam cerca de 2,3 milhões de euros. Esta informação foi revelada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Além disso, 11 arguidos — oito indivíduos e três entidades — enfrentam acusações relacionadas com a fraude na obtenção de subsídios qualificados e branqueamento de capitais.

Os fundos em questão provêm do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), do Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER) e do Sistema de Incentivos a Projetos de Modernização do Comércio (MODCOM).

A investigação identificou que, ao longo de 20 projetos financiados pela União Europeia, os arguidos lideraram a execução, assumindo-se como promotores e utilizando as suas ligações empresariais para facilitar o processo.

Entre 2009 e 2010, este grupo familiar terá conseguido lucros indevidos de quase 2,3 milhões de euros através de projetos cujos financiamentos eram, na sua maioria, não reembolsáveis ou convertíveis em não reembolsáveis com a atribuição de prémios.

A PGR informou que os arguidos criaram faturação falsa e simularam pagamentos, inflacionando valores e inserindo serviços e bens inexistentes, de forma a sustentar os pedidos de reembolso junto dos organismos competentes.

Os suspeitos também estão sob suspeita de ter falsificado aumentos de capital social das empresas envolvidas e de ter utilizado circuitos de faturação paralelos, permitindo o retorno dos montantes que foram documentados como pagos.

Entre os arguidos figuram três contabilistas certificados e um director de finanças que desempenhava funções na Associação de Desenvolvimento da Região do Alto Tâmega (ADRAT), uma entidade responsável pela análise e fiscalização dos projetos.

Além destes, outros arguidos exercem papéis como promotores, beneficiários, contabilistas e fornecedores. A PGR afirma que "esta atividade criminosa, liderada pelo grupo familiar, envolveu vários laços entre diversas empresas".

O MP solicitou que o montante ilícito de 2.235.900 euros fosse declarado perdido em favor do Estado e que os arguidos sejam condenados a sanções adicionais, como a privação do direito a subsídios públicos e a restituição das quantias obtidas de forma ilegal.

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#FraudeEuropeia #JustiçaESubsídios #CorrupçãoEmPortugal