O quinto dia de campanha eleitoral foi decisivamente impactado pela greve da CP, que gerou controvérsia nas declarações do primeiro-ministro. No mesmo dia, o novo Papa foi eleito no Vaticano, surpreendendo Luís Montenegro.
O quinto dia da campanha para as eleições legislativas de 18 de maio ficou marcado pela greve dos trabalhadores da CP, que começou na quarta-feira. Em Figueira da Foz, o líder da Ação Democrática (AD), Luís Montenegro, foi questionado sobre a paralisação e afirmou que a greve é "absolutamente injusta", apontando para influências políticas que impediram a sua resolução.
"Os efeitos desta greve e o seu impacto na vida das pessoas são desproporcionais. Precisamos de encontrar um meio de equilibrar o direito à greve com a necessidade de garantir o funcionamento da sociedade", defendeu Montenegro, que também é primeiro-ministro, ao sugerir que mudanças na legislação são necessárias.
A oposição, representada pelo secretário-geral do PS, não tardou a reagir, considerando as declarações de Montenegro como uma "ameaça" à democracia. Pedro Nuno Santos criticou ainda o governo por cortes de financiamento a centros de investigação, enfatizando a importância do investimento em ciência para a economia.
Paulo Raimundo, do PCP, rejeitou a ideia de mudar a legislação sobre a greve, acusando o governo de criar "armadilhas" e afirmando que a resolução da situação está nas mãos de Luís Montenegro. Mariana Mortágua, do BE, também censurou o foco do líder do PSD no trabalho, desvelando a agenda da direita na campanha.
No panorama político, o presidente do Chega, André Ventura, foi alvo de protestos em Braga, recebendo críticas da comunidade cigana. Inês de Sousa Real, do PAN, sublinhou a necessidade de políticas de integração para esta comunidade, enquanto Rui Tavares, do Livre, alertou para a importância do investimento em defesa sem comprometer o Estado Social.
Enquanto isso, o Vaticano viu a eleição do novo Papa, com fumo branco saindo da Capela Sistina, coincidindo com a presença de Montenegro em Fátima. Questionado sobre se este evento poderia influenciar a sua campanha, Montenegro admitiu que sim, embora não soubesse precisamente como.