O executivo moçambicano aprova transferências para apoiar famílias afetadas pelo colapso da lixeira de Hulene em 2018, com promessa de um novo aterro em dois anos.
Maputo, 13 de maio de 2025 (Lusa) - O Governo de Moçambique decidiu, na reunião semanal do Conselho de Ministros, realizar uma "transferência extraordinária" de 35,5 mil euros, o equivalente a 2.520.000 meticais, para continuar a apoiar as vítimas do deslizamento ocorrido em 2018 na lixeira de Hulene.
A reunião foi conduzida na cidade de Chimoio, província de Manica, onde o Presidente Daniel Chapo se encontra em visita. Durante a sessão, foi aprovado o decreto que assegura o financiamento para o subsídio destinado às centenas de famílias afetadas pelo incidente que ceifou a vida de 16 pessoas, incluindo sete crianças.
Na madrugada de 19 de fevereiro de 2018, uma parte da lixeira colapsou sob a pressão das chuvas, arrastando consigo várias habitações precárias. Apesar das promessas do Governo para fechar a lixeira, esta continua a operar, e as famílias realojadas têm enfrentado atrasos nos pagamentos de subsídios trimestrais de 30 mil meticais (420 euros) para custear as rendas das casas alugadas enquanto aguardam novas moradias.
O plano de realojamento, que deveria estar concluído até ao final de 2018, ainda não foi totalmente implementado. O presidente do Conselho Municipal de Maputo, Rasaque Manhique, revelou que um novo aterro deverá entrar em funcionamento dentro de dois anos, após a realização de um concurso público agendado para este verão.
O investimento na construção do novo aterro, avaliado em 525 milhões de dólares, em parceria com o Banco Mundial, visa resolver a crise sanitária causada pela lixeira de Hulene, que ocupa 25 hectares e é conhecida por ser uma fonte de sustento para muitos catadores de lixo que buscam meios de vida entre os resíduos.
As autoridades mostraram-se preocupadas com a situação dos desalojados, destacando que das 268 casas afetadas, restam apenas 21 para serem entregues. O novo aterro deverá aumentar as receitas da cidade de 2,9 milhões para 9,3 milhões de meticais (40,7 para 130,7 mil euros), enquanto as soluções para os catadores de lixo que precisam ser reintegrados em novas atividades são uma prioridade.