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Gigantes tecnológicas em risco de falhar objetivos de sustentabilidade

Estudo revela que Apple, Google, Microsoft, Meta e Amazon podem não alcançar as metas de neutralidade de carbono devido ao elevado consumo de eletricidade em data centers.

27/06/2025 07:30
Gigantes tecnológicas em risco de falhar objetivos de sustentabilidade

Um estudo recente elaborado por especialistas do NewClimate Institute e do Carbon Market Watch lançou um alerta sobre a credibilidade das promessas de neutralidade em carbono feitas por grandes empresas tecnológicas, como Apple, Google, Microsoft, Meta e Amazon. Estas empresas comprometeram-se a serem neutras em carbono entre cinco a 15 anos, mas, segundo a pesquisa, estes compromissos foram feitos antes do crescimento exponencial da inteligência artificial, que implica um elevado consumo de eletricidade.

Thomas Day, um dos autores do estudo, destacou à agência France-Presse (AFP) que as metodologias utilizadas para calcular as emissões estão desatualizadas e "não parecem refletir a realidade". A análise revelou que a Microsoft, Meta e Amazon obtiveram uma classificação negativa em termos da integridade das suas estratégias climáticas, enquanto as emissões da Apple e Google foram consideradas moderadas.

A produção de eletricidade para os data centers, que sustentam operações para sistemas de inteligência artificial como o ChatGPT, é identificada como a principal fonte de gases de efeito estufa neste sector. Curiosamente, as emissões de CO2 da Google quase duplicaram entre 2019 e 2023, conforme métodos de cálculo mais precisos e baseados em relatórios ambientais próprios.

Embora as empresas invistam consideravelmente em energias renováveis para abastecer as suas operações, Thomas Day sublinhou que o aumento da demanda por eletricidade no sector dificulta a compensação das emissões. Apesar do compromisso da Google em garantir que a sua eletricidade deriva de fontes de baixo carbono, o estudo sugere que a energia renovável deve ser igualmente considerada para os data centers dos fornecedores de serviços subcontratados, que representam cerca de metade da capacidade computacional.

Além disso, muitos dos fornecedores não contabilizam as suas próprias emissões, contribuindo para a ineficácia geral na redução da pegada de carbono do sector. A cadeia de fornecimento de infraestruturas e equipamentos representa, por sua vez, um terço da pegada de carbono de muitas empresas tecnológicas.

Embora a Apple tenha um objetivo ambicioso de operar com 100% de energias renováveis em toda a sua cadeia de valor até 2030, outras empresas do setor ainda não definiram metas concretas. O estudo também enfatiza a importância de prolongar a vida útil e aumentar a proporção de componentes reciclados em dispositivos eletrónicos como parte da solução para a sustentabilidade.

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