Economia

FMI rever perspetivas para países lusófonos e alerta para incertezas globais

há 3 dias

O FMI ajusta previsões em África, com otimismo para Cabo Verde, Guiné-Bissau e Guiné Equatorial, mas alerta para desafios em Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe, num contexto de incertezas globais.

FMI rever perspetivas para países lusófonos e alerta para incertezas globais

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu recentemente as suas expectativas para várias nações africanas, destacando melhorias para Cabo Verde, Guiné-Bissau e Guiné Equatorial. Segundo o relatório apresentado nos encontros da Primavera do Banco Mundial e do FMI, o arquipélago de Cabo Verde agora deverá registar um crescimento de 5%, superior à previsão anterior de 4,7%, enquanto a Guiné-Bissau apresenta uma ligeira subida de 5% para 5,1%.

No caso da Guiné Equatorial, observa-se uma recuperação moderada na previsão, passando de -4,8% para -4,2%, apesar do país ainda lutar contra uma recessão. Em contraste, nações como Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe viram as suas perspetivas diminuírem: Angola, a maior economia lusófona do continente, tem agora uma previsão de crescimento de 2,4% (ante os 2,8 previstos anteriormente), e São Tomé e Príncipe recua de 3,3% para 3,1%. Moçambique registou a maior revisão, com a previsão de 4,3% em outubro a cair para 2,5% para 2024, em virtude dos recentes conflitos pós-eleitorais.

A nível regional, o crescimento para 2024 foi ajustado para 3,8%, uma redução de três décimas, atribuída a mudanças abruptas nas perspetivas económicas globais. Em declarações emitidas após a reunião entre a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, e o Grupo de Governadores Africanos, enfatizou-se que, embora o continente mostre resiliência diante de vários choques, os riscos permanecem elevados num cenário de forte incerteza. As respostas políticas, direcionadas para controlar a inflação, estabilizar a dívida pública e corrigir desequilíbrios externos, poderão ser comprometidas por eventos futuros imprevistos.

Além disso, o FMI sublinhou a importância de reformas internas que assegurem a sustentabilidade orçamental, através do fortalecimento da receita interna e da melhoria na eficiência dos gastos. No âmbito mundial, as novas previsões do FMI situam o crescimento global em 2,8% para este ano – uma redução face aos 3,3% estimados em janeiro – e em 3% para 2026, evidenciando o impacto das amplas incertezas políticas e tensões comerciais no panorama económico global.

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