Fernando Valente Absolvido: O Caso de Mónica Silva em Nova Viragem
O Tribunal de Aveiro absolveu Fernando Valente das acusações que envolviam o desaparecimento de Mónica Silva, apesar da oposição da família e do Ministério Público, que planeiam recorrer.

Na terça-feira, foi revelado o resultado do julgamento de Fernando Valente, que se encontrava ligado ao desaparecimento de Mónica Silva, uma mulher grávida da Murtosa, desaparecida desde outubro de 2023. O Tribunal de Aveiro deliberou pela absolvição do arguido de todos os crimes a que respondia, decisão que inesperadamente abalou a família da vítima e motivou anúncios de recurso por parte do Ministério Público (MP).
O homem foi acusado de homicídio qualificado, aborto, profanação de cadáver, acesso ilegítimo e aquisição de moeda falsa, relacionada com notas encontradas no seu apartamento. O tribunal, composto por três juízes e quatro jurados, considerou que não havia provas suficientes para estabelecer uma ligação clara entre o arguido e a morte de Mónica Silva, apenas confirmando o seu desaparecimento na manhã de 3 de outubro.
A juíza presidente do júri afirmou que não foi encontrada qualquer evidência que associava Valente à morte da mulher, sendo os dados apresentados inconclusivos. "Não há parâmetros para além da mera possibilidade de um encontro", destacou.
Durante a leitura do acórdão, que se prolongou por mais de uma hora e meia, foram também desconsiderados os pedidos de indemnização formulados pela família da vítima. Com a decisão, a prisão domiciliária foi levantada, permitindo que Valente deixasse o tribunal sem restrições.
Os momentos subsequentes à leitura do acórdão foram marcados por uma evidente tensão, com os familiares de Mónica Silva expressando a sua indignação e prometendo que não iriam descansar até que a justiça fosse feita. O advogado António Falé de Carvalho, que representa a vítima e seus filhos, confirmou que está previsto um recurso à Relação do Porto.
A mãe de Mónica, Celeste Barbosa, não poupou críticas aos pais de Valente, insinuando o seu envolvimento no caso. Face à pressão, o MP reiterou que irá apelar da decisão do tribunal, uma vez que o julgamento ocorreu a portas fechadas, em respeito pela dignidade da vítima.
Fernando Valente, que foi detido pela Polícia Judiciária em novembro de 2023, continua a negar as acusações que pesam contra ele, reiterando a sua inocência no decorrer do processo.