O histórico membro do Bloco de Esquerda, Fernando Rosas, admitiu a complexidade da corrida nas eleições de maio, mas acredita na capacidade do partido para recuperar assento em Leiria.
Fernando Rosas, uma figura emblemática do Bloco de Esquerda, reconheceu hoje, em declarações à imprensa na Marinha Grande, que a corrida eleitoral para o dia 18 de maio será uma "luta difícil". Contudo, expressou firme convicção de que o partido poderá voltar a conquistar um lugar em Leiria, um distrito que, segundo ele, pode ser palco de uma "história ao contrário". "É natural que a direita celebre uma vitória num distrito onde, de 10 deputados, 7 são da direita e do centro. Estamos aqui precisamente para demonstrar que é viável reeleger representantes do Bloco, como já sucedeu em três ocasiões anteriores", afirmou.
O histórico fundador do BE, que não ocupava um lugar como deputado desde 2010, explicou que decidiu voltar às listas do partido para estas elecciones antecipadas por sentir uma "situação de alarme democrático no país e no mundo". Durante uma prévia conversa com trabalhadores da indústria vidreira, Rosas admitiu ser consciente das difíceis circunstâncias que enfrenta nesta campanha.
"Estamos a lutar. Muitos dirão que a nossa batalha é contra a corrente, mas o nosso destino é lutar, mesmo que seja num distrito onde a esquerda deve travar batalhas árduas", sustentou o historiador, que deseja ver as questões que afligem os trabalhadores portugueses a serem debatidas na Assembleia da República, algo que considera em falta.
Quando questionado sobre a sua motivação para a campanha, respondeu com uma retórica provocante: "O que é que acha?" Com uma carreira marcada pela resistência ao regime ditatorial de Salazar, foi um dos presos políticos destacados na Fortaleza de Peniche em 1972.
Além de Fernando Rosas, o Bloco de Esquerda conta com o recrutamento de outros dois dos seus fundadores: Francisco Louçã, que se apresenta por Braga, e Luís Fazenda, à frente da lista em Aveiro. O partido busca recuperar a representação em Leiria, que perdeu em 2022, após ter conseguido assento em 2009, 2015 e 2019.