Falta de Água em Alvoco da Serra: Incêndios Agravam Situação Crítica
Aldeias da freguesia de Alvoco da Serra enfrentam escassez de água após incêndios. Junta de Freguesia e Câmara de Seia tentam resolver a crise que afeta a população.

A freguesia de Alvoco da Serra, que já enfrentava dificuldades de abastecimento de água durante o verão, viu a sua situação piorar significativamente após o incêndio que devastou a região. O presidente da Junta de Freguesia, Belarmino Marques, revelou à agência Lusa que algumas localidades, como Vasco Esteves de Baixo, sentiram com especial intensidade a falta de água, em parte devido a danos nas tubagens provocados pelas chamas.
Com um sistema de abastecimento que remonta a muitos anos e, muitas vezes, com tubos expostos, o autarca afirmou que a situação se tornou insustentável. A freguesia chegou, inclusive, a ter quatro aldeias sem fornecimento de água, comprometendo a captação da mesma nas pequenas nascentes que alimentam a região.
Embora a Junta esteja a trabalhar em colaboração com a Câmara de Seia para solucionar os problemas de abastecimento, os reservatórios encontram-se vazios e a necessidade de limpeza em torno das casas, após o incêndio, dificulta ainda mais a situação. “Estamos a fazer o possível para resolver a rede de água, e o apoio do município tem sido crucial”, acrescentou Marques, enfatizando que a freguesia deverá integrar a empresa intermunicipal de abastecimento de água.
As condições dramáticas do abastecimento de água foram corroboradas por habitantes da localidade. Carla Santos, presidente da mesa da assembleia da Liga dos Amigos de Vasco Esteves de Baixo, descreveu o mês de agosto como “terrível”, com abastecimento extremamente irregular. Uma residente de 39 anos relatou que a sua sogra só teve acesso a água na torneira durante três dias no último mês.
Outra residente, Clara Santos, comentou que, embora a falta de água seja comum no verão, a situação atual superou as expectativas. O incêndio, embora não tenha ameaçado diretamente as habitações, acentuou a crise hídrica. “Devemos aos bombeiros a segurança das nossas casas, mas é inadmissível que continuemos a viver esta falta de água em pleno verão, especialmente com um sistema tão obsoleto”, enfatizou.