Exército israelita adapta estratégias após tragédias na distribuição de ajuda em Gaza
O Exército de Israel anunciou que aprendeu com os incidentes que provocaram a morte de centenas de civis durante a distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

O Exército israelita comunicou hoje que "retirou lições" dos trágicos eventos relacionados com a distribuição de auxílio na Faixa de Gaza, onde várias centenas de pessoas perderam a vida.
Em resposta a incidentes que resultaram em ferimentos a civis que tentavam aceder aos centros de distribuição, o Exército afirmou ter realizado uma análise profunda e, com base nas conclusões, foram dadas instruções às forças em atuação.
As investigações sobre os referidos incidentes ainda estão a ser conduzidas pelas autoridades competentes do Tsahal, o exército israelita.
A Fundação Humanitária de Gaza (GHF), apoiada pelos Estados Unidos e Israel, iniciou a entrega de cabazes alimentares a 26 de maio, após mais de dois meses de bloqueio total à ajuda humanitária, mesmo com os avisos sobre a grave crise de fome que afeta a região.
De acordo com a porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, entre o início das operações e 7 de julho, registaram-se 798 mortes, das quais 615 ocorreram nas proximidades dos locais da GHF. A porta-voz destacou, ainda, que a maioria dos ferimentos foi causada por disparos.
A GHF, organização controversa que utiliza segurança armada nos seus centros, é alvo de críticas por parte da ONU e de outras entidades humanitárias que se recusam a trabalhar com ela, argumentando que seus objetivos vão além da ajuda humanitária e se alinham com os interesses militares israelitas.
Durante a distribuição de ajuda, têm-se verificado cenas caóticas, com o exército israelita a efetuar disparos para tentar controlar grandes aglomerações de palestinianos em desespero. A GHF, por sua vez, nega ter ocorrido qualquer incidente próximo das suas instalações de distribuição.
A situação na Faixa de Gaza agrava-se desde o ataque lançado pelo Hamas a 7 de outubro de 2023, que provocou o atual conflito.