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Ex-diretor político de Navalny vê esperança de mudanças na Rússia a médio prazo

há 3 dias

Leonid Volkov, ex-diretor político de Alexei Navalny, acredita que mudanças na política russa podem ocorrer em cinco a sete anos, apesar da atual repressão e do legado de Putin.

Ex-diretor político de Navalny vê esperança de mudanças na Rússia a médio prazo

Leonid Volkov, antigo diretor político de Alexei Navalny, manifestou otimismo sobre a possibilidade de mudanças políticas na Rússia nos próximos cinco a sete anos durante uma conferência em Los Angeles. Em declarações, Volkov sublinhou que "a oposição russa reside nas pessoas dentro do país" e destacou que as estruturas da sociedade civil construídas pela equipa de Navalny permanecem activas.

"Quando as circunstâncias mudarem, estas irão surgir como uma força relevante", afirmou Volkov, que actualmente dirige a Fundação Anti-Corrupção. Ele defende que "os únicos capazes de trazer democratização à Rússia são aqueles que lá se encontram".

Volkov encontra-se em exílio desde que escapou da Rússia. No ano passado, um mês após o falecimento do seu líder, foi agredido em frente à sua residência na Lituânia. Durante a sua participação na Conferência Global do Milken Institute, Volkov lamentou a irreparabilidade da perda de Navalny, um líder único, mas acredita que uma nova geração de líderes surgirá após a eventual saída de Vladimir Putin do poder.

"Haverá uma luta significativa", previu, "mas ninguém será capaz de radicalizar o regime novamente". Afirmou que a noção de que o sucessor de Putin pode ser ainda pior é absurda, pois ele tem se esforçado para evitar que alguém possa ultrapassá-lo. "Não há sucessor. Esta é a natureza destes regimes", enfatizou.

No entanto, a académica Maria Snegovaya, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais da Universidade de Georgetown, apresentou uma perspectiva mais sombria, salientando que, com a idade de Putin a rondar os 72 anos, a transição pode demorar mais tempo do que se pensa. "A Rússia falhou em confrontar o seu passado", disse, alertando que a mentalidade nacionalista e a propaganda poderão persistir mesmo após a morte de Putin.

Por outro lado, Eric Green, da Carnegie Endowment for International Peace, comentou que é provável que surja uma liderança colectiva após Putin, mas não espera uma transição rápida para a democracia. Já o professor Daniel Treisman, da UCLA, acredita que a guerra na Ucrânia não encontrará um fim em breve, prevendo que as hostilidades continuem, reduzindo apenas a intensidade.

Além disso, Pavel Khodorkovsky, da Khodorkovsky Foundation US, mencionou que as sanções económicas aplicadas contra a Rússia não surtiram o efeito desejado, pois a economia russa mostrou-se resistente e adaptou-se ao uso do rublo nas transacções comerciais.

Por fim, tanto Treisman como Volkov concordam que as crises económicas poderão ser determinantes para um eventual enfraquecimento do regime de Putin, prevendo que "uma destas crises acabará por provocar mudanças significativas".

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